A gestação dos equinos requer bastante cuidados porque ela é permeada por importantes alterações no sistema imunológico materno a fim de que o organismo seja tolerante aos antígenos paternos. O final da gestação é ainda caracterizado pela imunossupressão, a chamada “baixa do sistema imunológico”.
E isso não tende a melhorar logo após o parto. Pelo contrário. Assim que a égua dá luz ao potro, a diminuição da ingestão de alimento e o aumento do consumo energético ocasionado pelo processo de lactação levam ao quadro de imunossupressão sistêmica.
Isso faz com que aumente a suscetibilidade das éguas à ocorrência de infecções e, muitas vezes, de outras doenças no pós-parto.
O que pode ocorrer após o parto das éguas
Há estudos de pesquisadores — porém com vacas leiteiras — que trazem fatores de risco para explicar variações individuais no desenvolvimento de doenças uterinas após o parto. Entres elas, estão:
- Exposição a um desafio bacteriano superior à idoneidade do sistema imunológico;
- Adaptações ocorridas para manter o feto durante a gestação, podendo persistir e favorecer a presença de microrganismos invasores;
- Falhas no mecanismo de defesa imune local e/ou sistêmica relacionadas com a limpeza do ambiente uterino.
Em várias espécies, inclusive em éguas, é comum ocorrer, logo após o parto, certo grau de infecção uterina. Em sua maioria, as lesões inflamatórias do útero não-gestante têm origem infecciosa.
Elas resultam de uma infecção ascendente: seja por microrganismos que normalmente habitam o trato genital inferior, seja por agentes infecciosos introduzidos na cavidade uterina durante o acasalamento, inseminação artificial ou no pós-parto.
Exames são fundamentais para diagnóstico
Um exame clínico completo nas éguas, portanto, é de extrema importância para o diagnóstico de patologias da reprodução e exames complementares contribuem para a conclusão correta da etiologia.
Por meio do hemograma, por exemplo, são obtidos os valores quantitativos de leucócitos, o que pode auxiliar no diagnóstico de algumas doenças de caráter sistêmico.
Como prevenir as infecções uterinas
Para prevenir as infecções, os prebióticos têm importante papel, pois são componentes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro.
Eles estimulam a proliferação — ou atividade — de populações de bactérias desejáveis no cólon, inibem a multiplicação de patógenos e estimulam a resposta imune, levando a benefícios adicionais ao organismo.
Os dois principais polissacarídeos constituintes da parede celular das leveduras (β-D-glucanos e α-D-manano) têm sido recentemente reconhecidos como prebióticos. Isso porque são capazes de promover a modulação do sistema imune de diversos organismos vivos, desde insetos a humanos, mediante interações específicas com diferentes células imunocompetentes.
O MOS (mananoligossacarídeos) é um dos prebióticos mais utilizados na alimentação animal. Eles são obtidos a partir da parede celular de leveduras Saccharomyces cerevisiae e de algas marinhas calcárias Lithothamnium calcareum, que consiste em uma estrutura complexa de manose fosforilada, glucose e proteína.
Para se ter ideia, estudos com diversas espécies compararam um grupo com MOS e um sem MOS. No primeiro, houve eliminação da Escherichia coli patogênica em 85,71% dos animais, enquanto no segundo (sem MOS), apenas 25% não apresentaram o microrganismo.
A pesquisa indica que o MOS foi efetivo no controle da E. coli patogênica, sendo indicado como tratamento coadjuvante nas gastroenterites. Estudos com diversas espécies também observaram a redução significativa na concentração de Escherichia coli em animais suplementados com parede de levedura, pois foi encontrado aumento de Lactobacillus no intestino desses animais.
MOS melhora resposta imunológica das éguas
O MOS é capaz de induzir a ativação de macrófagos, saturando os receptores de manose das glicoproteínas da superfície celular que se projetam da superfície da membrana celular dos macrófagos.
Uma vez que três ou mais lugares tenham sido saturados, inicia-se uma reação em cadeia com a instalação de uma resposta imunológica adquirida — a chamada melhora da resposta imunológica.
Sendo assim, a suplementação diária de 10g de MOS na dieta causa o aumento da resposta imune local (44% a mais de IgA) e garante boa saúde para a égua após o parto.
Mas não é só a mãe que é beneficiada. Como já foi observado o aumento de IgG em potros, a suplementação com MOS aumenta a passagem de imunidade para o potro e diminui a incidência — e letalidade — da diarreia em potros, fator responsável por muitas perdas.
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Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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