A raça de cavalo brasileira Marajoara, tem animais que se destacam pela sua força, rusticidade e resistência. Sendo uma das únicas raças junto com a Puruca, a resistir a lama dos campos alagados da Ilha de Marajó. Atualmente encontra-se ameaçada, devido aos problemas relacionados aos cruzamentos desordenados, nos quais os animais têm perdido as características pelas quais se destacam.
Contexto histórico
A raça se desenvolveu na Ilha de Marajó, no Pará, a partir do século XVII por meio da seleção natural. É provável que sua origem tenha sido ibérica, dos cavalos árabes ou berberes, mas citam a possibilidade de ser dos cavalos da raça Andaluz que foram trazidos pelos Portugueses e do Alter trazido por Duarte Coelho em 1535, animais que acabaram sendo introduzidos na região de Belém.
A grande variedade e oferta de pastagens permitiu com que os animais conseguissem se adaptar muito bem às condições adversas da região, como o excesso de umidade durante o ano, além do clima quente e úmido. Um local considerado de difícil acesso, sendo cercado por água doce do rio Amazonas e Tocantins, e do outro lado pela água salgada do Oceano Atlântico.
A região é conhecida mundialmente pela sua história milenar, cultura como as cerâmicas e por ser o local onde ocorre um fenômeno natural, denominado pororoca. O encontro da água doce com a salgada responsável por produzir a onda mais longa do mundo e atrair turistas e movimentar a economia.
A raça está ameaçada pelo risco de descaracterização, devido aos problemas relacionados aos cruzamentos desordenados nos quais os animais têm perdido suas características de resistência. A capacidade de adaptação da raça ao local são atributos genéticos importantes para a região, o que torna sua preservação essencial, pois os animais é um dos únicos que conseguem enfrentar os campos alagados da ilha.
Morfologia
São animais de porte médio e com a musculatura bem definida, que apresentam altura média entre 1,35m e 1,55m tanto para machos e fêmeas. Sua cabeça é harmônica em relação ao pescoço, com tamanho moderado, perfil subconvexo com tendência ao retilíneo, seus olhos são vivos e expressivos. As orelhas têm tamanhos médios e se apresentam de forma proporcional.
O seu pescoço possui comprimento médio, a cernelha é bem definida, o peito profundo e amplo, as costelas são arqueadas, o tórax é amplo e profundo, o dorso curto é proporcional e sua anca é suavemente inclinada. Admite-se todas as pelagens, exceto a albina e a pampa. O seu andamento é do tipo trote, com apoio bipedal diagonalizado.
Sua aptidão
O cavalo da raça Marajoara possui galopes curtos, são animais rústicos, versáteis, com comportamento energético vivo, ativo e temperamento dócil. São usados para trabalhos rotineiros e apresentam um baixo custo operacional. Bastante requisitado para o trabalho com o gado pela sua destreza e agilidade, além de serem requeridos para a lida dos imensos rebanhos de búfalos que a Ilha de Marajó possui.
O seu temperamento permite com que os animais façam parte de programações turísticas e até mesmo de lazer. E quando necessário podem ser usados para tração de carroças, similares ou equipamentos A raça tem ganhado espaço em provas de corridas e de resistência como enduro.
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Tamires Lima
Estudante de medicina veterinária, apaixonada por animais e que atualmente trabalha na equipe técnica e de relacionamento com os clientes da Univittá Saúde Animal.
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