Quando falamos em sal mineral para equinos, nem todo mundo sabe quão importante é uma suplementação bem feita. Há quem utilize a mesma mineralização dos bovinos, quem compre o produto mais barato e até aqueles que usam somente sal branco.
Outros simplesmente se esquecem da suplementação e há ainda os que não veem nenhuma importância no uso de sais minerais. Fato é que a suplementação para equinos é indispensável e tem mais: deve ser diária.
No clima tropical, tanto o solo quanto as forragens apresentam deficiência de alguns minerais — ou excesso de outros. Esse desbalanço nutricional proporciona baixa de produtividade e/ou desempenho, problemas reprodutivos, além de sérios problemas de saúde e desenvolvimento.
A suplementação de sal mineral bem feita vem, então, para garantir a ingestão diária de macro e microminerais na medida certa. Mas é importante salientar que as exigências para suplementação com sal mineral variam de acordo com as demandas fisiológicas, como: estado de lactação, fase de desenvolvimento, atividade física e até mesmo as condições ambientais nas quais o animal está vivendo.
Confira neste artigo o risco da falta de suplementação mineral e informações cruciais de como ela deve ser feita.
Riscos da falta de sais minerais para equinos
A falta da suplementação mineral nos equinos gera inúmeros problemas, que podem vir isoladamente ou simultaneamente. Ela pode refletir na má formação dos ossos e tendões, reduzir os índices reprodutivos, provocar o baixo rendimento no esporte e no trabalho e até mesmo gerar problemas de saúde ou de desenvolvimento.
Os minerais participam de diversas reações químicas e hormonais, são importantes para o aproveitamento da energia e imprescindíveis para absorção de diversas vitaminas e nutrientes.
Existem duas fontes de minerais:
1º) os minerais orgânicos, que são ligados a um aminoácido e comumente encontrados em rações de alto desempenho. Eles se apresentam para absorção de forma natural no organismo e são prontamente transportados para os tecidos corporais através de carreadores de aminoácido e peptídeos;
2º) os minerais inorgânicos, que são transportados por clássicos transportadores de minerais.
Os minerais são fundamentais para formação de células sanguíneas, para muitas atividades bioquímicas do metabolismo corporal e são de extrema importância para manter o equilíbrio dos fluídos corporais, a atividade normal da tireoide e do metabolismo muscular.
Os solos brasileiros são deficientes de muitos minerais e os animais criados extensivamente são dependentes exclusivos das forrageiras para atender suas exigências minerais. Dessa forma, para uma suplementação adequada de uma criação, a análise do solo é primordial para suprir as deficiências e atingir o máximo de eficiência na suplementação mineral.
Diversos pesquisadores e clínicos reconhecem a importância de uma boa suplementação mineral. Mas essa preocupação deve se estender aos proprietários, pois os equinos sofrem em seu trabalho grandes perdas minerais pelo suor — principalmente nas regiões de clima quente.
Mas como deve ser feita a suplementação mineral de um cavalo?
Para responder essa pergunta, seguem algumas medidas que contribuem para uma suplementação mineral bem feita:
1. O sal mineral tem que ser específico para suplementação de equinos. Apesar de existirem diversos produtos no mercado, a escolha por marcas sérias e confiáveis é um grande diferencial;
2. O cocho deve ser exclusivo para os cavalos. Assim, evita-se que haja competições com outras espécies, o que poderia resultar em acidentes;
3. Deve-se disponibilizar cochos de acordo com a categoria do animal que se deseja suplementar para evitar competições entre os animais e, consequentemente, baixa no consumo da suplementação. Exemplo: cocho para potros, para éguas gestantes, para garanhões, etc.;
4. A suplementação deve ser fornecida à vontade, observando o consumo. O excesso pode ser sinal de deficiência nutricional;
5. O ideal é que a suplementação seja fornecida através de formulações prontas, sem o acréscimo de sal comum;
6. Para qualquer suplementação mineral, a composição é de fundamental importância, bem como suas características físicas (forma de apresentação). É isso que indicará a qualidade e a quantidade que o animal irá consumir — ou será exigida para que a suplementação ocorra;
7. O sal mineral deve ter uma boa relação cálcio e fósforo, que não deve ser inferior a 1:1 e nem exceder 3:1;
8. O produto deve ser formulado com elementos de alta biodisponibilidade;
9. Deve ser avaliada a aceitabilidade, pois o produto deve permitir um consumo adequado em relação à exigência;
10. O produto deve possuir partículas de tamanhos aceitáveis. Isso para que seja possível uma mistura homogênea e sem problemas de segregação;
11. Consultar o médico veterinário pode ser muito importante, pois ele indicará marcas que estão mostrando melhores resultados ou que tenham melhor custo-benefício para seu animal;
12. O produto deve ser devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Como em qualquer outra suplementação, o sal mineral deve ser usado com critério para que os resultados sejam efetivos. O consumo de sal mineral de um cavalo adulto gira em torno de 60 g por dia, mas esse montante pode variar de produto para produto, de acordo com o estado de deficiência nutricional do animal ou até mesmo a fase de desenvolvimento.
É comum acontecer de um animal privado de mineralização consumir altíssimas concentrações de produto em alguns dias e pouquíssimas em outros. Isso ocorre porque o cavalo está regulando suas necessidades, o que deve ser normalizado em poucos dias.
O importante é que a suplementação mineral seja feita — do mamando ao caducando. A associação dessa suplementação com aditivos funcionais pode gerar benefícios jamais vistos no ganho de massa muscular, no desempenho atlético, no ganho de peso, na melhora dos índices reprodutivos, na prevenção e tratamento de enfermidades e, principalmente, na melhora da saúde intestinal e na qualidade de vida do animal.
Alguns aditivos funcionais como o Pro-SACC garantirão a melhora da digestibilidade e o aproveitamento da dieta total do animal, possibilitando melhora da pelagem, ganho de peso e qualidade dos cascos.
Já o MOS, um aditivo funcional prebiótico, auxilia na melhoria da imunidade, na neutralização de bactérias patogênicas e na adsorção de micotoxinas, responsável por diversas perdas de produtividade e do desempenho atlético dos equinos.
O que estamos dizendo é que há vários suplementos e aditivos no mercado, mas poucos são realmente funcionais.
Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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