Levado para o Norte dos Estados Unidos por volta de 1600 a raça Quarto de Milha foi a primeira que se desenvolveu na região, oriundo de animais trazidos da Arábia e Turquia pelos comerciantes e exploradores espanhóis os primeiros garanhões eram cruzados com éguas Inglesas o que produziu cavalos compactos, de músculos fortes e capazes de percorrerem distancias curtas com uma velocidade que surpreendia a todos, pois superava qualquer outra raça.
O cavalo foi e popularizando e se especializando na lida com o gado, onde aos finais de semana corridas nas ruas, campos e plantações com distancias de um quarto de uma milha (402mtos) cuidava de animar a todos, no que futuramente determinaria o nome da raça.
No Brasil a historia do Quarto de Milha começou da década de 59 quando em Presidente Prudente/SP o Haras Swift-King Ranch (SKR) importou seis animais de sua matriz norte-americana e famosa King Ranch no estado do Texas e simplesmente a maior fazenda dos Estados Unidos. Com o passar do tempo inúmeros pecuaristas, banqueiros e homens de negócios começaram a conhecer a raça e pressionaram a SKR para que lhes vendessem alguns exemplares. Se dispondo de poucos potros em 15 de agosto de 1969 foi fundada a ABQM Associação Brasileira do Cavao Quarto de Milha localizada no Parque da Água Branca/SP onde se encontra até os dias atuais.
De extrema docilidade e capaz de partidas rápidas com paradas bruscas, o Quarto de Milha desenvolveu a agilidade de mudar rapidamente de direção e uma enorme habilidade de girar seu corpo sobre si mesmo. Com essas qualidades o Quarto de Milha se tornou um animal extremamente adaptável a diversas situações, sendo um instrumento de força, transporte, lida com gado e de diversas aptidões nas provas equestres, sendo um estratégico animal melhorador de plantel para animais de trabalho.
Padrões da Raça
Aparência - de força e tranquilidade. Quando não trabalhando, deve conservar-se calmo, mantendo a própria força sob controle. Na posição parado, mantém-se reunido, com os posteriores sob a massa, apoiando nos quatro pés, podendo partir rapidamente em qualquer direção.
Pelagem - admite-se que a pelagem do Quarto de Milha possa ser alazã, alazã tostada, baia, baia amarilha ou palomina, castanha, rosilha, tordilha, lobuna, preta e zaina. Não serão admitidos, para registro, animais pampas, pintados e brancos, em todas as suas variedades.
Andamento - harmonioso, em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.
Altura - são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito musculados.
Peso - 500 quilogramas, em média.
Cabeça - pequena e leve. Em posição normal, deve-se ligar ao pescoço em ângulo de 45º. Perfill anterior reto.
Faces - cheias, grandes, muito musculosas, redondas e chatas, vistas de lado; discretamente convexas e abertas de dentro para fora, vista de frente, o que proporciona ganachas bem mais largas que a garganta. Desta forma, a flexão da cabeça é muito acentuada, permitindo grande obediência às rédeas.
Fronte - ampla.
Orelhas - pequenas, alertas, bem distanciadas entre si.
Olhos - grandes e, devido ao fato de a testa ser larga, bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente como para trás, ao mesmo tempo, com o mesmo olho.
Narinas - grandes.
Boca - pouco profunda, permitindo grande sensibilidade às embocaduras.
Focinho - pequeno.
Pescoço - comprimento médio. Deve inserir-se no tronco em ângulo de 45º porém, bem destacado do mesmo. Somente a JUNÇÃO entre o pescoço e a cernelha deve ser gradual.
Bordo Inferior - do pescoço é comparativamente reto e deve destacar-se nitidamente do tronco assegurando flexibilidade.
Bordo Superior - é reto, quando o cavalo está com a cabeça na posição normal.
Garganta - estreita, permitindo grande obediência às rédeas.
Musculatura - bem pronunciada, tanto vista de lado, como de cima. As fêmeas têm pescoço proporcionalmente mais longo, garganta mais estreita e desenvolvimento muscular menor. O Quarto de Milha, quando em trabalho, mantém a cabeça baixa, podendo, assim, usá-la melhor e permitindo ao cavaleiro uma perfeita visão sobre ela.
Tronco - da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado" especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo nível.
Cernelha - bem definida, de altura e espessura médias.
Dorso - bem musculado ao lado das vértebras e, visto de perfil, com muita discreta inclinação de trás para frente. Tendo aparência semi-chata, o arreamento comum deve cobrir toda essa área.
Lombo - curto, com musculatura acentuadamente forte.
Garupa - longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os posteriores normalmente embaixo da massa (engajamento natural).
Peito - profundo e amplo. O peito visto de perfil, deve ultrapassar nitidamente a linha dos antebraços, estreitando-se porém, no ponto superior da curvatura, de forma a diferenciar-se nitidamente do pescoço. Vista de frente, a interaxila tem forma de "V" invertido, devido à desenvolvida musculatura dos braços e antebraços.
Tórax- amplo, com costelas largas, próximas, inclinadas, elásticas. O cilhadouro deve ser bem mais baixo que o codilho.
Membros Anteriores
Espádua- deve ter ângulo de aproximadamente 45º , denotado, equilíbrio e permitindo a absorção dos choques transmitidos pelos membros.
Braços - musculosos, interna e externamente.
Antebraços - o prolongamento da musculatura interna dos braços proporciona ao bordo inferior do peito, quando visto de frente, a forma de "V" invertido, dando ao cavalo a aparência atlética e saudável. Externamente, a musculatura do antebraço também é pronunciada. O comprimento do antebraço é um terço a um quarto maior que a canela.
Joelhos - vistos de frente são cheios, grandes e redondos; vistos de perfil, retos e sem desvios.
Canelas - não muito curtas. Vistas de lado, são chatas, seguindo o prumo do joelho ao boleto; vista de frente, igualmente sem desvios.
Quartelas - de comprimento médio, limpas, em ângulo de 45º, idêntico a da espádua, e continuam pelos cascos com a mesma inclinação.
Cascos - de tamanho médio, formato aproximadamente semi-circular, com talões bem afastados, sem desvios.
Membros Posteriores
Coxas - longas, largas, planas, poderosas, bem conformadas, fortemente musculadas, mais largas que a garupa.
Soldra - recoberta por musculatura bem destacada, poderosa.
Pernas - muito musculosas. Essencialmente importante é o desenvolvimento muscular homogêneo, tanto interna, quanto externamente.
Jarretes - baixos. Por trás, são largos, limpos, aprumados; de perfil, largos, poderosos, estendendo-se em reta até os boletos.
Canelas - mais largas, discretamente mais longas e mais grossas que as anteriores. De lado, são chatas. São convenientes canelas mais curtas, tornando o jarrete mais próximo do solo, permitindo voltas rápidas e paradas curtas.
Pelagens Oficiais da Raça
Dentro do regulamento da raça todo cruzamento entre pais alazães só será admitido produtos alazães e para ser tordilho terá que ter um de seus pais tordilho. Ao animais podem apresentar calçamentos, onde os mesmos podem variar a altura do calçamento não podendo exceder 10 centímetros. Nos membros anteriores os calçamentos não podem ultrapassar a uma linha média imaginária traçada no joelho; para os membros posteriores a linha que limita o calçamento é traçada na altura da ponta do jarrete.Para a cabeça os limites estabelecidos por linhas traçadas do meio da inserção da orelha até o canto da boca e na parte inferior na linha do músculo masseter (linha do cabresto).Os animais Puros e Mestiços que apresentarem sinais zootécnicos que ultrapassarem os limites estabelecidos pelo padrão racial,
Alazão: É a pelagem mais comum da raça Quarto de Milha. Trata-se de animais com todo o corpo coberto por pelos de tonalidade avermelhada. Os membros, crina e cauda possuem a mesma tonalidade. O cruzamento entre animais alazães, obrigatoriamente gera produtos alazães.
Castanho: Animais castanhos possuem uma tonalidade no corpo bem avermelhada, e os membros crina e cauda pretos. É a segunda pelagem mais comum nos animais da raça.
Tordilho: Caracteriza-se pela infiltração progressiva de pelos brancos no animal. Comumente os primeiros pelos brancos começam a aparecer na região da cabeça e se espalham por todo o corpo do animal conforme ele se desenvolve. Os animais nascem com uma pelagem base e conforme ficam mais velhos os pelos brancos vão aumentando de forma anteroposterior. Para um animal ser tordilho, obrigatoriamente um de seus genitores também deve ser tordilho.
Zaino: É a pelagem em que pelos pretos e castanhos se entremeiam, dando uma tonalidade geral escura, com regiões como bochechas, axilas, flancos e virilhas com tonalidade amareladas, mais claras que as demais partes do corpo.
Baio: Essa pelagem caracteriza-se pelo corpo ser de tonalidade amarelada ou dourada, e possuir a crina, cauda e membros pretos. Os animais de pelagem baia podem, também, apresentar zebruras nas perdas e a lista de burro no dorso.
Baio Amarilho: É caracterizado por tonalidade amarelo- -dourado no corpo e membros e a crina e cauda um tom mais claro, podendo chegar ao branco.
Allan Rômulo
Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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