Depois da revolução verde na década de 50, os hábitos e os
conceitos de produtividade mudaram drasticamente, pois inúmeras técnicas de
agricultura surgiram e produtos químicos para aumentar a produtividade tomaram
notoriedade e de fato se produziu mais. Nesse período, a valorização dos
compostos orgânicos perdeu um pouco da importância e a prática orgânica dos
dejetos dos animais perderam seu espaço.
Atualmente isso vem sendo mudado, os agricultores e os
consumidores estão valorizando o orgânico, o natural, o sustentável e a procura
de compostos orgânicos para adubação vem ganhando e seu valor.
Paralelamente, a necessidade de fins viáveis e eficazes de
tratamento desses dejetos nas criações se tornaram primordiais em diversas propriedades,
e é sobre isso que vamos falar.
O que posso fazer para tratar o esterco dos meus animais?
Uma forma prática e eficaz para o tratamento do esterco é o
armazenamento na forma de composteira ou esterqueiras, para que seja curtido. Esse processo de
compostagem nada mais é que fazer com que o esterco fermente onde, através de
um processo aeróbico (com essencial presença de oxigênio), microrganismos
decompõem a matéria orgânica e as formas grosseiras do esterco, e promovem
reações químicas tornando os nutrientes mais biodisponíveis para posterior
adubação.
Quais os benefícios de se tratar o esterco com uma
composteira?
1.
Elimina patógeno presente nas fezes dos animais;
2.
Colabora com o controle da verminose evitando a
possível reinfecção dos animais;
3.
É determinante no controle de moscas e larvas;
4.
Elimina o mau cheiro de todo o ambiente ao redor
das baias;
5.
Ajuda na decomposição de micronutrientes
presentes no esterco, o tornando mais apto para a utilização na adubação;
6.
Protege o solo e extingue qualquer possibilidade
de sua contaminação ou dos lençois freáticos.
7.
Pode ser mais uma fonte de renda para o haras,
tornando o negócio ainda mais sustentável;
Como deve ser uma composteira?
Alguns requisitos são fundamentais para a construção e o bom
funcionamento de uma composteira:
1.
O local onde o esterco será armazenado deve ser
impermeável para que não ocorra a contaminação do solo pelo chorume e que o
mesmo não seja perdido;
2.
Deve estar abrigado da chuva e do sol;
3.
Importante que tenha um local onde o chorume
possa escorrer e ser armazenado;
Vamos construir?
Não existe uma dimensão específica para a construção de uma
composteira. Conforme comentamos, desde que ela seja impermeável qualquer
tamanho está ótimo. O que precisamos considerar é que como o esterco tem que
ser revirado semanalmente se for muito alta esse manejo pode ser dificultado e
o funcionário terá que entrar sobre o esterco para fazer o manejo.
Importante pensar também é que a compostagem só está apta
para a utilização após 60 dias de fermentação, o que inviabiliza que seja muito
alta, ou somente uma para todo o manuseio. O ideal é que seja estimado um
volume médio de produção de esterco e feito pelo menos 3 espaços de compostagem
podendo assim dar o tempo de 60 dias para o esvaziamento de uma para outra.
As paredes não precisam ser necessariamente de alvenaria e
tão pouco o chão, basta uma parede de tabuas e um chão coberto com plástico que
o resultado poderá ser o mesmo. Lembre-se que o importante é que o chão seja
inclinado para que o chorume possa ser coletado em uma bombona, por exemplo.
Uma altura lateral de 1 metro e uma largura de 2 metros pode
ajudar no manejo lateral do colaborador, uma vez que ele terá que revolver o
material semanalmente. O comprimento pode variar ajustando a capacidade
produtiva mensal de esterco, dando a estrutura a forma de trincheira.
Para cobertura uma lona atende muito bem, ou até mesmo
telhas sobrepostas ou feno poderão tornar a composteira protegida e eficaz.
Que manejo deve ter uma composteira?
1.
O material deve ser revirado de tempo em tempo
(a cada 7 dias) para que o oxigênio participe do processo e ajude a controlar a
temperatura;
2.
É importante que de tempo em tempo um pouco de
água seja jogada sobre a compostagem para que a temperatura não suba muito e os
micronutrientes sejam perdidos; A temperatura pode chegar a 70°C, mas se
passar disso nutrientes poderão ser perdidos. Conforme o esterco for curtindo a
temperatura vai baixando e ao chegar por volta de 30°C estará pronto para o
uso;
3.
É fundamental que tenha matéria vegetal (serragem,
feno, palhada seca...) misturado ao esterco para facilitar e agilizar a
fermentação e que impede que o esterco seja compactado, dificultando assim a
entrada do oxigênio;
4.
O chorume coletado em uma bombona (por exemplo),
é fundamental que volte para parte de cima da esterqueira, fazendo com que os
nutrientes não sejam perdidos;
5.
Caso queira um esterco com níveis mais altos de
nitrogênio, basta colocar algumas leguminosas no momento de carregamento diário
da composteira. Caso queira mais potássio, colocar mais palhas de forragens
pode ajudar;
Parece muito?
Não é... o tratamento dos resíduos vai gerar ganhos
imensuráveis para sua criação e para sua propriedade. A adubação com
compostagem é valiosa tanto para sua propriedade quanto para comercialização, e
todo esse processo faz parte de um manejo diário em que o tratamento correto
está longe de tomar tempo, na verdade aqueles pequenos minutos são investidos.
Investimento em saúde, bem estar, educação, responsabilidade
com o meio ambiente e principalmente profissionalismo na equinocultura.
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