Uso de gordura na dieta dos cavalos principalmente para animais de alto desempenho

Uso de gordura na dieta dos cavalos principalmente para animais de alto desempenho
Tão importante quanto o conhecimento da fisiologia digestiva, conhecimentos sobre a composição química e valores de digestibilidade dos alimentos se tornam indispensáveis para formulações de rações mais ajustadas às exigências nutricionais. Dessa forma, se obtém melhor eficiência alimentar, evitando, transtornos gastrintestinais, além de proporcionar, ao animal, taxa de crescimento compatível com seu potencial genético, maximizando o desempenho e reduzindo os custos. 
Recentemente houve um aumento no uso de gordura na dieta animal principalmente para animais de alto desempenho. Isso pode ser devido ao fato da ração ter maior densidade energética, ser palatável e de alta digestibilidade para energia, que pode aumentar o balanço energético, fornecendo mais energia para o trabalho, visto que uma ótima performance no esporte é baseada em combinação de fatores como habilidade natural, saúde, treinamento e dieta. Além disso, o aumento dessa densidade energética é tradicionalmente obtido com o uso de grãos contendo carboidratos. 
Um excesso de grãos na dieta pode ocasionar redução na ingestão de forragens, levando a diminuição do consumo de água e eletrólitos, aumentado os riscos da ocorrência de doenças principalmente aquelas relacionadas a distúrbios digestivos em cavalos. As gorduras podem ser fontes de energia mais seguras em dietas de alta densidade energética que os carboidratos, retirando as adversidades decorrentes da alta concentração destes. 
Os efeitos da suplementação de gordura na dieta têm sido estudados extensivamente para desempenho no esporte, porém poucos pesquisadores têm conduzido estudos sobre o efeito da digestibilidade dos nutrientes. Os efeitos das gorduras em relação à digestibilidade de outros nutrientes são complexos e não estão completamente esclarecidos. Diversos trabalhos com adição de gordura na dieta apresentam resultados contraditórios, principalmente quanto à digestibilidade da fibra. 
Alguns pesquisadores informam que a adição de gordura à ração não afetou a digestibilidade da fibra embora outros, tenham encontrado um aumento. Numerosos trabalhos apontam os benefícios de incluir gorduras na formulação de dietas para eqüinos, a maioria dos quais ressaltam a aceitabilidade e a digestibilidade fundamentalmente do óleo de milho em primeiro lugar, óleo de soja em menor proporção, sendo muito poucas as referências a fontes alternativas de gorduras como as de origem animal. 
Eqüinos tem predileção por óleo de milho sendo bem aceito por cavalos em níveis que variam de 10 a 30% da matéria seca, mas a aceitabilidade de outras gorduras não está bem estabelecida e tem sido questionada. Gorduras de origem animal não são tão puras quando comparadas a óleos vegetais, sendo talvez esta a razão de sua aceitabilidade e densidade energética serem menores. A administração de até 2,5g/kg/PV/dia de gordura de boa digestibilidade dividida em várias refeições não resulta em distúrbios a saúde de eqüinos. 
Do mesmo modo, é possível a adição de gorduras na proporção de 20% na ração total e 30 % na mistura de grãos sem encontrar efeitos adversos, porém níveis mais altos diminuíram a aceitabilidade e causaram fezes mais pastosas. A aceitabilidade do óleo de milho (90%) é superior a qualquer outro tipo de gordura contemplada na bibliografia existente. Porém, seu elevado preço, e o fato de competir com a alimentação humana, tornam interessante a pesquisa em busca de alternativas que mesmo não tendo mesma aceitabilidade cumpram com as exigências nutricionais da espécie, usando subprodutos da indústria da alimentação (gordura animal) e barateando custos sem perder qualidade nutricional. 
Além do óleo de milho, estudos recentes recomendam a utilização do óleo de arroz, como fonte potencial de ácidos graxos essenciais além de compostos precursores de vitamina E, que atuam como antioxidantes e outros, como o gama-oryzanol, com potencial efeito sobre a produção de hormônios e o desenvolvimento muscular. Algumas pesquisas concluíram que a adição de gorduras na dieta substituindo carboidratos não estruturais (milho) em quantidades isoenergéticas aumentou a digestibilidade da proteína bruta, tendo este efeito pouca significância estatística. 
Este aumento na digestibilidade da proteína teria sua explicação no fato que uma menor quantidade de carboidratos na dieta pode reduzir a multiplicação bacteriana no intestino grosso que se traduz na menor presença de proteína de origem bacteriana nas fezes. 
Cavalos de esporte são freqüentemente alimentados com concentrados contendo altos teores de extrato etéreo, com conteúdos de até 130 g/kg. A adição de gordura extra, aumenta a densidade de energia da dieta. Oferecer alimentos com alta densidade energética facilita a ingestão de energia por refeição que é vantajosa para cavalos com exigências altas nesse nutriente. Dietas com altos teores energéticos permitem uma redução no consumo total de matéria seca, reduzindo com esta prática, o peso dos conteúdos gastrointestinais, este efeito é considerado benéfico para cavalos de desempenho. 
Há realmente evidência sugestiva que cavalos em exercício executam melhor o trabalho, quando alimentados com rações que contenham altas quantidades de gordura na dieta. Alguns estudos com eqüinos cujas dietas foram adicionadas gorduras demonstraram que a produção de calor é diminuída em 14% não havendo nenhum efeito na energia exigida para a manutenção, deixando assim mais energia disponível para a atividade física ou para o armazenamento de glicogênio. No mesmo sentido, pesquisas com cavalos de corridas demonstraram que as dietas ricas em gordura aumentaram a armazenagem e mobilização de glicogênio no metabolismo anaeróbio diminuindo a fadiga, assim como uma melhora no comportamento dos animais. 
Da mesma forma, outro estudo mostrou que a gordura dietética teve um efeito de estimular a síntese de glicogênio muscular ou um efeito inibidor da utilização dessa sustância no músculo, quando cavalos foram sujeitados a exercício com velocidade submáxima. Os autores concluíram que cavalos suplementados com gordura tiveram uma concentração de glicogênio muscular inicial mais alta, com diminuição na utilização desse substrato. Também apresentaram uma tendência para níveis mais baixos de lactado no sangue. 
Outras pesquisas indicaram que a suplementação com gordura não tem efeito aparente nos vários parâmetros sanguíneos, incluindo os hematócrito, as concentrações de hemoglobina, proteína total, cálcio, fósforo, magnésio, sódio e lactato, porém aumentou a concentração plasmática de colesterol, principalmente a fração protéica de alta densidade (HDL). Contudo, o fígado aparentemente adapta-se a quantidades maiores de lipídios na dieta produzindo maiores níveis de bílis. A bílis é composta principalmente de sais biliares, que são derivadas do colesterol. Para poder aumentar a produção de bílis, uma maior quantidade de colesterol endógeno deve ser absorvida no processo digestivo. Isto ficaria evidenciado pelo aumento dos níveis de colesterol nas frações de LDL e HDL dos cavalos alimentados com dietas ricas em gorduras. Como as gorduras dessas dietas foram principalmente à base de óleo de milho pode-se descartar a presença de colesterol exógeno, razão pela qual a elevação do colesterol plasmático pode ser atribuída a um aumento na produção endógena do mesmo, estimulada pelo aumento na ingestão de gordura. 
Não podemos deixar de ressaltar o efeito da inclusão de óleo vegetal na dieta sobre a qualidade da crina, cauda e pêlos. Os eqüinos têm um importante papel como animais de companhia, e a adição de gordura, devido ao fato de alguns ácidos graxos serem utilizados na formação dos pêlos e fios da crina e cauda, pode promover um resultado significativo na aparência dos animais.  
Os níveis de inclusão de gordura vegetal na dieta de eqüinos (5 a 20%) podem afetar beneficamente a digestibilidade aparente total da dieta, não afeta de forma significativa os valores plasmáticos de colesterol e triglicérides de modo a comprometer a saúde dos animais e, ainda podem aumentar a segurança no fornecimento de grandes volumes de energia dietética. Com base nessas informações, a utilização de óleo vegetal na dieta de eqüinos é uma alternativa eficiente para o aumento da energia da dieta. 

Nota Univittá

Pensando na suplementação do cavalo atleta que se faz tão necessária para se atingir a performance esperada a Univittá lançou o GAMARICE que é o único produto a base de óleo degomado de arroz enriquecido com prebiótico (M.O.S.) e probiótico (Saccharomyces cerevisiae) que estimulam a proliferação de bactérias benéficas e absorção de nutrientes, reforçando os mecanismos naturais de defesa do organismo. 
O óleo bruto degomado de arroz contém várias substâncias como vitaminas lipossolúveis, lecitina, pigmentos, fitoesteróis e enzimas que no processo de refino são retirados. Além disso, o GAMARICE contém substâncias com propriedades anabolizantes (gamaorizanol, Ômega 3 e 6 e Vitamina E) que aumentam a massa muscular e tem ação antioxidantes que protegem as células durante e após os esforços físicos.


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Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso
Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso

Prof Dr. Alexandre augusto de Oliveira Gobesso Médico Veterinário - Universidade Estadual de Londrina – 1988 Mestre em Medicina Veterinária/Nutrição Animal - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia /USP – 1997 - Doutor em Zootecnia/Produção Animal Fac. de Ciências Agrárias e Veterinárias/Unesp/Jaboticabal/SP – 2001 Livre Docente - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia /USP – 2009 Professor Responsável pela Disciplina: Produção de Equinos - Curso de Medicina Veterinária Professor e Orientador - Mestrado e Doutorado na Área de Nutrição e Produção Animal - Pesquisador Responsável - Laboratório de Pesquisa em Saúde Digestiva e Desempenho de Equinos - Departamento de Nutrição e Produção Animal - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/USP - Campus de Pirassununga/SP

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