Efeito da suplementação com
probiótico na dieta sobre parâmetros fisiológicos e condicionamento físico de
cavalos Quarto de Milha de corrida
Lucas
Garcia Amato1; Nilson Santos1; Talita Ibelli Muche2;
Ana Carolina Rusca Porto3
1
Graduandos do curso de Medicina Veterinária - UNISO
2
Univittá Saúde Animal
3
Docente do curso de Medicina Veterinária - UNISO
O uso de probióticos como aditivos para eqüinos tem sido cada vez mais freqüente e tem como objetivo melhorar a saúde dos animais, já que promovem benefícios como melhor aproveitamento da dieta, desenvolvimento corporal e incremento na resposta imune.A criação de cavalos de esporte é uma prática crescente no Brasil e como conseqüência de uma rigorosa seleção genética a competitividade dos animais está cada vez maior. Para se obter resultados satisfatórios na performance de cavalos atletas se faz necessário a implantação de medidas que melhorem o seu condicionamento físico, como métodos de treinamento, alimentação e suplementação. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de probiótico composto por leveduras vivas em incrementar a capacidade atlética de cavalos submetidos a exercício intenso.Para tanto, foram formados dois grupos de sete animais da raça Quarto de Milha residentes do Jockey Clube de Sorocaba e submetidos a treinamento intenso. Os animais do grupo teste receberam probiótico uma vez ao dia adicionado na ração por 75 dias. Os animais do grupo controle receberam apenas a dieta padrão. Para avaliação da interferência do suplemento na capacidade atlética, foram realizadas aferições da freqüência cardíaca e analises hematológica. A suplementação com probiótico a base de pó misturado a ração teve boa aceitação pelos animais. Observou-se que os animais responderam de forma positiva à suplementação, evidenciado inferiores de eosinófilos, manutenção e recuperação da frequência cardíaca e ganho de peso. Com os resultados observados até o momento sugere-se que a suplementação incrementa a capacidade atlética dos animais submetidos a exercícios intensos.
Palavra-chave: Probióticos, cavalos, treinamento e condicionamento físico.
Effect
of dietary probiotic supplementation on physiological parameters and physical
fitness of horses Quarter Horse
ABSTRACT
The
use of probiotics as additives for equines has been increasingly frequent and
aims to improve the health of animals, as they promote benefits such as
improved dietary performance, body development and increased immune response.
Growing practice in Brazil and as a consequence of a rigorous genetic selection
the competitiveness of the animals is increasing. In order to obtain
satisfactory results in the performance of athletes horses, it is necessary to
implement measures that improve their physical conditioning, such as training,
feeding and supplementation methods. OBJECTIVES: To evaluate the efficacy of
probiotic composed of live yeasts in increasing the athletic capacity of horses
submitted to intense exercise. METHOD: Experimental study with animals. The
study is being conducted with Quarter Horse horses resident of the Sorocaba
Jockey Club and undergoing intense training. Two groups of seven animals were
formed, where animals from the test group received probiotic once daily added
to the diet. The animals in the control group received only the standard diet.
The animals were supplemented for 75 days. The animals were evaluated after the
exercise. Heart rate measurements and hematological analysis were performed.
RESULTS: Supplementation with probiotic powder based on feed was well accepted
by the animals. It was observed that the animals responded positively to
supplementation, evidenced lower eosinophils, maintenance and recovery of heart
rate and weight gain. With the results observed so far, it is suggested that
supplementation increases the athletic capacity of animals submitted to intense
exercise
Key words: Probiotics, horses, training and fitness.
INTRODUÇÃO
O cavalo atleta é um corredor nato, mas para apresentar resultados satisfatórios e melhorar a seu desempenho atlético se faz necessária a implantação de métodos de treinamento, alimentação e suplementação adequados em cada fase de sua carreira (FERRAZ, 2006). Segundo Andriguettoet al. (1984), a energia é o fator de maior importância na nutrição equina, principalmente para o cavalo em atividade, sendo fornecida através da utilização da forragem e mistura com o concentrado. A necessidade proteica, vitamínica, mineral, etc., depende da forragem recebida e da fase de vida em que o animal se encontra. Sabe-se que o exercício físico intenso realizado durante treinamentos ou competições gera em humanos e animais variações em diversos parâmetros fisiológicos (MARQUES, 2002), devido a esse fato para o bom desempenho durante a realização de exercícios de alta, moderada e baixa intensidade ocorre à exigência de um correto funcionamento dos sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular e musculoesquelético, para que assim, seja preservada e mantida a homeostasia do organismo durante a execução dos exercícios. A participação do sistema nervoso autônomo e endócrino favorece a mobilização das reservas energéticas, controle da homeostasia cardiovascular e equilíbrio dos fluidos corporais (FOSS, 2000).A avaliação da série vermelha do sangue desses animais representa um desses parâmetros, já que a relação entre volume de células vermelhas no sangue, treinamento e desempenho tem sido comprovada (McGOWAN, 2008). A aferição da freqüência cardíaca (FC) após o exercício é outra avaliação que pode ser realizada, visto que além de ser de fácil execução, ainda fornece um índice indireto da capacidade e função cardiovasculares. A avaliação pode ser realizada por meio da utilização de frequencímetro digital específico para cavalos. A relação entre a velocidade e a FC costuma ser utilizada na avaliação do potencial atlético (FERRAZ et al . 2007).
Segundo Morganet al. (2007), estratégias para aumentar a digestibilidade de forrageiras de baixa qualidade pode ser uma boa alternativa para os produtores, trazendo benefícios para a saúde dos equinos. De acordo com Meyer (1995), em cavalos, a digestibilidade da fibra é menor que a dos outros nutrientes da dieta e para Wolter (1977), apenas 30% da fibra do alimento volumoso é digerida no intestino grosso dessa espécie, além disso quanto maior o conteúdo fibroso da dieta, menor será sua digestibilidade (MEYER, 1995). Uma estratégia que vem sendo empregada é a suplementação da dieta desses animais com probióticos, com objetivo de melhorar a qualidade da microflora do ceco-cólon dos cavalos, e assim melhorar a digestibilidade dos nutrientes da dieta, especialmente a dos componentes fibrosos (FURTADO et al., 2010). Segundo Julliand (2006), as modificações da digestibilidade dos nutrientes da dieta variam de acordo com a cepa do microrganismo oferecida, a quantidade oferecida do suplemento e a composição da própria dieta.
O termo probiótico, tem origem grega, quer dizer
etimologicamente “pró-vida”. Segundo Schrezenmeir e DeVrese (2001), esse termo
deveria ser usado para designar preparações ou produtos que contêm
microrganismos viáveis definidos e em quantidade adequada, que alteram a
microbiota própria das mucosas por implantação ou colonização de um sistema do
hospedeiro, e que produzem efeitos benéficos em sua saúde. No decorrer da
história o termo probiótico teve vários significados sendo usado por Parker
(1974) como suplementos alimentares para animais, incluindo microrganismos e
substâncias que afetam o equilíbrio da microbiota intestinal. Esses microorganismos,
quando ingeridos, além de possuírem efeito nutritivo, exercem influência
benéfica ao hospedeiro (GUARNER; SCHAAFSMA, 1998). O uso de produtos que
contenham estas substâncias vem se tornando comum na Medicina Veterinária, com
aplicabilidade em várias espécies, sendo classificados como suplementos
alimentares (CANGANELLA et al., 1997; GILLILAND; SPECK, 1997; WEESE, 2002).
A microbiota intestinal dos animais começa a ser
formada quando o feto passa pela vagina da mãe, e então são adquiridos
bactérias, fungos e protozoários específicos para a espécie, cuja estabilização
populacional precisa se manter equilibrada, a fim de auxiliar o individuo a
resistir a infecções, particularmente do trato gastrointestinal. No entanto,
durante a vida, diversos fatores podem influenciar esse processo, dentre estes
a dieta e fatores ambientais como excesso de higiene, o uso de antibióticos e
estresse (FULLER, 1989).
O uso de probióticos tem como finalidade promover a saúde
animal, pois agem no trato gastrointestinal, respiratório e urogenital
(HAVENAAR et al., 1992). Os probióticos são utilizados em Medicina Veterinária
para prevenção e tratamento de doenças, na regulação da microbiota intestinal,
em distúrbios do metabolismo gastrintestinal, como imunomoduladores, e na
inibição da carcinogênese, como também promotores de crescimento, sendo uma
alternativa para resistência de bactérias pelo uso contínuo e irracional de
antibióticos (COPPOLA; TURNES, 2004).
O mecanismo de ação dos probióticos não é bem
conhecido, mas sabe-se que atuam competindo com patógenos por sítios de fixação
e nutrientes, impedindo sua ação transitoriamente (HAVENAAR et al., 1992;
CROSS, 2002). Os probióticos podem também afetar patógenos através da síntese
de bacteriocinas (VILLANI et al., 1995; RODRIGUEZ, 1996; NAIDU et al., 1999),
de ácidos orgânicos voláteis (AUDISIO et al., 2000; JIN et al. 2000; OGAWA et
al., 2001) e de peróxido de hidrogênio (HAVENAAR et al., 1992;). Além de atuarem
como imunoestimulantes (CROSS, 2002). Segundo Perdigón e Holgado (2000) o
efeito imunoestimulante pode ser devido a capacidade dos microorganismos
presentes nos probióticos interagirem com as placas de peyer e as células
epiteliais intestinais, estimulando as células B produtoras de IgA e a migração
de células T do intestino. Cross, (2002) demonstrou que os probióticos
favorecem a atividade fagocítica inespecífica dos macrófagos alveolares,
sugerindo uma ação sistêmica por secreção de mediadores que estimulariam o
sistema imune.
Dentre os probióticos utilizados, destaca-se os
produtos à base de Saccharomycescerevisiae ,já que pesquisa realizada demonstrou que a
adição de levedura viva pode limitar a extensão das mudanças indesejáveis no
ecossistema intestinal do cavalo (MEDINA et al., 2002). A adição também pode
manter o equilíbrio da microbiota intestinal, além de manipular a população
microbiana no intestino grosso, visando melhorar a digestão dos ingredientes da
dieta e o controle do ambiente intestinal, o que levaria ao maior
desenvolvimento e melhor desempenho desses animais (MONTES; PUGH, 1993; WEESE,
2002).
O
suplemento utilizado nesse experimento é o ProSacc® da marca Univitta Saúde Animal, este é um
aditivo probiótico para equinos comporto por um concentrado de levedura viva (Saccharomycescerevisiae) e enriquecido
com aditivo prebiótico (mananoligossacarídeos) (UNIVITTA SAÚDE ANIMAL). Os
prebióticos mais estudados como aditivos na alimentação animal são os
oligossacarídeos, especialmente os mananoligossacarídeos (MOS), os
frutoligossacarídeos (FOS) e os glucoligossacarídeos (GOS).
Mananoligossacarideos têm como função melhorar e proteger a mucosa, reduzindo
as lesões intestinais e propiciando maior altura dos vilos e da profundidade de
cripta, melhorando a digestibilidade e o teor da energia metabolizável das
rações, pois propicia o desenvolvimento da flora intestinal (ALBINO et al.,
2006).
MATERIAIS
E MÉTODOS
Foram utilizados 20
cavalos da raça Quarto de Milha, com idade média de três anos e peso médio 450
kg, previamente imunizados contra tétano, influenza e encefalomielite,
vermifugados e pulverizados contra ectoparasitas. O experimento foi conduzido
no Jockey Clube de Sorocaba e os animais permaneceram estabulados em baias individuais
durante o estudo. Os animais foram alimentados com alfafa e capim fresco, além
de 10 kg de ração por dia, divididos em duas refeições: 5 kg pela manhã e 5 kg
a tarde. A água foi consumida ad libitum.
Foram formados dois grupos experimentais compostos cada um por 10 eqüinos: O
primeiro grupo (grupo teste - GT) recebeu suplementação com probiótico à base de levedura viva Saccharomycescerevisiae
(Univitta Saúde Animal)
pela via oral misturado à ração no primeiro trato da manhã, na dosagem
indicada para animais em treinamento de 20g por animal por dia. A suplementação
ocorreu por 75 dias. Os animais do grupo controle (GC) não receberam
suplementação.
Com objetivo de
avaliar a influência da suplementação na capacidade atlética, os animais foram
submetidos a treinamento todos os dias a partir do início do estudo (D0),
seguindo o seguinte protocolo: 5 minutos à passo (início), 15 minutos no trote,
5 minutos no galope e 5 minutos a passo (fim), sendo 30 minutos no total. As
coletas de dados e amostras de sangue ocorreram após o treino.
Os animais foram
pesados em balança eletrônica da marca Lider LD 2000P, para acompanhamento da
variação do peso. O registro foi realizado através de anotação do peso na
balança e fotografado para acompanhamento de mudanças no escore corporal
A coleta de sangue
foi realizada pela via intravenosa através da punção da veia jugular, em tubos
“vacutainers” com anticoagulante. As amostras foram encaminhadas imediatamente
ao laboratório da Universidade de Sorocaba - UNISO. Os hemogramas foram realizados com uso de
equipamento da marca Brasmed e reagente da marca Biotécna.
O delineamento do
estudo está descrito na Tabela 1:
Tabela
1: Dias de coletas e analises a partir do início da suplementação
D1 |
Início da suplementação, Pesagem |
D15 |
Aferição FC |
D30 |
Aferição FC, Hemograma, Pesagem |
D31 |
Hemograma |
D45 |
Aferição FC, Hemograma |
D46 |
Hemograma |
D60 |
Aferição FC |
D75 |
Aferição FC, Pesagem, Hemograma |
D76 |
Hemograma |
Resultados e Discussão
Com o rebanho equino em ascensão, é fundamental o investimento em tecnologias para suprir as necessidades do animal de forma sustentável minimizando efeitos colaterais da utilização destes produtos. As situações diversas nesta área têm atraído interesse dos pesquisadores em realizar estudos que possam promover aos cavalos condições propícias para o máximo desenvolvimento e desempenho, assim os probióticos surgem como uma estratégia nutricional capaz de promover a manipulação da microbiota intestinal para melhorar a saúde do hospedeiro.
A suplementação com probiótico a base de pó
misturado a ração teve boa aceitação pelos animais. Com relação às analises
hematológicas não foi possível observar diferenças na maioria dos valores
analisados em ambos os grupos e em todos os dias estudados.O hemograma é um
dado bastante utilizado na rotina para o controle do desempenho de atletas
(CONCEIÇÃO et al., 2001; REVINGTON, 1983; ROSE, 1990), entretanto, a simples
determinação do hematócrito após o exercício não é considerada confiável como
indicador do volume total de células vermelhas, porque há variações no volume
plasmático (HODGSON; ROSE, 1994). No presente estudo foi observado pequena
variação encontrada no valores de hematócrito, que permanecerem dentro dos
valores de referência estipulados para a espécie. (Tabela
2)
Tabela 2: Valores médios do hematócrito dos
animais dos grupos controle(GC) e teste(GT) em todos os períodos analisados
Grupos |
D30 |
D31 |
D45 |
D46 |
D75 |
D76 |
GC |
50,3 |
39,7 |
38,7 |
38,7 |
47,3 |
38,7 |
GT |
53 |
39,1 |
43,5 |
39,8 |
45,7 |
38,7 |
Com relação à concentração de eosinófilos, foi possível observar que os animais do grupo teste obtiverem valores inferiores de eosinófilos quando comparado com animais do grupo controle (Tabela 3).
Tabela 3: Valores médios de eosinófilos dos
animais dos grupos controle(GC) e teste(GT) em todos os períodos analisados
Grupos |
D30 |
D31 |
D45 |
D46 |
D75 |
D76 |
GC |
178,1 |
139,5 |
58 |
158,2 |
108,2 |
63,4 |
GT |
109,5 |
80,5 |
56,5 |
87,8 |
85 |
55,3 |
A eosinofilia pode ser observada na secreção de atletas corredores,
que apresentam hiperresponsividade bronquial ao exercício (VERGÈS et al.,
2005). Com resultados obtidos no presente trabalho sugere-se que a
suplementação com probiótico leva a uma modulação benéfica do sistema imune,
diminuindo a respostaalérgicabronquial dos animais submetidos a exercício
intenso. Tal resultado está de acordo com a indicação dautilização de
probióticos no tratamento de doenças alérgicas (ISOLAURI; OUWERHAND; LAITINEN,
2005), baseada nos mecanismos de equilíbrio de resposta Th1 e Th2 a vários
antígenos (VAARALA, 2003). As citocinas de padrão Th2 predominam nas respostas
alérgicas e são responsáveis pela produção de anticorpos IgE e ativação de
eosinófilos (HEYMAN; MENARD, 2002). Os probióticos inibem a produção das
citocinas Th2 e dessa forma controlam a resposta alérgica.
De acordo com Meyer (1995), em
cavalos, a digestibilidade da fibra é menor que a dos outros nutrientes da
dieta, e para Wolter (1977), apenas 30% da fibra do alimento volumoso é
digerida no intestino grosso dessa espécie. Além disso, quanto maior o conteúdo
fibroso da dieta, menor será sua digestibilidade (Meyer, 1995).Segundo Morganet
al. (2007), estratégias para aumentar a digestibilidade de forrageiras de baixa
qualidade pode ser uma boa alternativa para os produtores, trazendo benefícios
para a saúde dos equinos. Uma estratégia que vem sendo empregada é a
suplementação da dieta desses animais com probióticos, com objetivo de melhorar
a qualidade da microflora do ceco-cólon dos cavalos, e assim melhorar a
digestibilidade dos nutrientes da dieta, especialmente a dos componentes
fibrosos (FURTADO et al., 2010). Segundo Julliand (2006), as modificações da
digestibilidade dos nutrientes da dieta variam de acordo com a cepa do microrganismo
oferecida, a quantidade oferecida do suplemento e a composição da própria
dieta. De acordo com tais afirmações foi possível observar efeito benéficoda
suplementação no incremento de ganho de peso dos animais. No primeiro dia de
pesagem foi observado que os animais do GC obtiveram 480,8 Kg de média enquanto
os animais do GT obtiveram 490,4 kg de média. 30 dias após o início da
suplementação os animais do GC ganharam em média 2,7 kg e os do GT em média 5
kg. Já 75 dias após a suplementação foi possível observar que os animais do GC
ganharam em média 1,1 kg e os do GT em média 17,6 kg em relação ao primeiro dia
do estudo (Tabela 4).
Tabela 4:
Valores médios do peso dos animais dos grupos controle (GC) e teste (GT) em
todos os períodosanalisados
Grupos |
D1 |
D30 |
D75 |
GC |
480,8 |
483,5 |
484,4 |
GT |
490,4 |
495,4 |
513 |
Sugere-se que tal resultado foi
observado pela capacidade do probiotico
em aumentar a qualidade da flora microbiana intestinal, promovendo melhor
aproveitamento dos nutrientes ingeridos na alimentação.
De acordo com Thomassian et al.
(2005), a aferição da freqüência cardíaca durante o exercício físico em eqüinos
atletas é de grande valia, pois visa quantificar a intensidade do trabalho,
monitorar condicionamento físico e, assim, analisar o efeito do exercício
físico sobre o sistema cardiovascular. A resposta do sistema cardiovascular ao
exercício de alta intensidade é o aumento da freqüência cardíaca, força de
contração, volume sistólico e débito cardíaco. No presente estudo, foram
observadas pequenas diferenças nas aferições das freqüências cardíacas dos
animais dos grupos estudados em todos os tempos analisados 15 dias após o
início da suplementação. A média de FC dos animais do GC em repouso no D15 foi
42,8 já dos animais do GT 37, ainda no D15 os animais do GC obtiveram média de
FC 67,2 enquanto os animais do GT 78,2, cinco minutos após o exercício, 10
minutos após o exercício a média de FC do GC foi 57,6 enquanto os animais do GT
61,8 e 20 minutos após o exercício os animais do GC obtiveram média de FC 56,1
enquanto os animais do GT 52 (Tabela 5).
Tabela 5: Valores médios de FC dos
animais dos grupos controle (GC) e teste (GT) no D15
Grupos |
Repouso
|
5
min |
10
min |
20
min |
GC |
42,8 |
67,2 |
57,6 |
56,1 |
GT |
37 |
78,2 |
61,8 |
52 |
30 dias após o início da suplementação
já foi possível observar maiores diferenças na FC dos animais do GT em relação
aos animais do GC em repouso, 0 e 20 minutos após o exercício. A média de FC
dos animais do GC em repouso no D30 foi 48,3 já dos animais do GT 38,4, ainda
no D30 os animais do GC obtiveram média de FC 62, enquanto os animais do GT
61,3, cinco minutos após o exercício, 10 minutos após o exercício a média de FC
do GC foi 68,9 enquanto os animais do GT 43,9 e 20 minutos após o exercício os
animais do GC obtiveram média de FC 61,6 enquanto os animais do GT 41,4 (Tabela
6).
Tabela 6: Valores médios de FC dos
animais dosgrupos controle (GC) e teste (GT) no D30
Grupos |
Repouso
|
5
min |
10
min |
20
min |
GC |
48,3 |
62 |
68,9 |
61,6 |
GT |
38,4 |
61,3 |
43,9 |
41,4 |
Nas aferições realizadas no dia 45 os animais do GT apresentaram FC inferiores às dos animais do GC em todos os tempos analisados, e essa diferença fica muito evidente 10 e 20 minutos após o exercício. A média de FC dos animais do GC em repouso no D45 foi 43,1 já dos animais do GT 41,9, ainda no D45 os animais do GC obtiveram média de FC 73,9 enquanto os animais do GS 70,7, cinco minutos após o exercício, 10 minutos após o exercício a média de FC do GC foi 64,5 enquanto os animais do GT 53,4 e 20 minutos após o exercício os animais do GC obtiveram média de FC 65,4 enquanto os animais do GT 49,7 (Tabela 7).
Tabela 7: Valores médios de FC dos
animais dos grupos controle (GC) e teste (GT) no D45
Dia
45 |
Repouso
|
5
min |
10
min |
20
min |
GC |
43,1 |
73,9 |
64,5 |
65,4 |
GT |
41,9 |
70,7 |
53,4 |
49,7 |
Nas aferições realizadas no dia 60 os animais do GT apresentaram FC inferiores às dos animais do GC em todos os tempos analisados, e essa diferença fica muito evidente 5, 10 e 20 minutos após o exercício. A média no D60 a média de FC dos animais do GC em repouso foi 44,6 enquanto dos animais do GC 41,9, ainda no D60 os animais do GC obtiveram média de FC 77 enquanto os animais do GT 59,1, cinco minutos após o exercício, GC obtiveram média de FC 62,1 enquanto os animais do GT 45,1, dez minutos após o exercício e GC obtiveram média de FC 57,7 enquanto os animais do GT 41,8, vinte minutos após o exercício (Tabela 8).
Tabela 8: Valores médios de FC dos
animais dos grupos controle (GC) e teste (GT) no D60
Grupos |
Repouso
|
5
min |
10
min |
20
min |
GC |
44,6 |
77 |
62,1 |
57,7 |
GT |
41,9 |
59,1 |
45,1 |
41,8 |
Nas aferições realizadas no dia 75 os
animais do GT apresentaram FC inferiores às dos animais do GC em todos os
tempos analisados, e essa diferença fica muito evidente 5, 10 e 20 minutos após
o exercício.A média de FC dos animais do grupo controle em repouso no D75 foi
43,5, já dos animais do GT 38,2, ainda no D75 os animais do GC obtiveram média
de FC 72,2 enquanto os animais do GT 61, cinco minutos após o exercício, 10
minutos após o exercício a média de FC do GC foi 63,8 enquanto os animais do GT
49,5, e os animais do GC obtiveram média de FC 60,5 enquanto os animais do GT
42,5, vinte minutos após o exercício (Tabela 9).
Tabela 9:
Valores médios de FC dos animais dos grupos controle (GC) e teste (GT) noD75
Grupos |
Repouso
|
5
min |
10
min |
20
min |
GC |
43,5 |
72,2 |
63,8 |
60,5 |
GT |
38,2 |
61 |
49,5 |
42,5 |
Os resultados aqui demonstrados, onde animais submetidos à
suplementação com probiotico
demonstraram maior eficiência na recuperação da FC após o exercício estão de
acordo com os resultados obtidos por Glade e Camplbell (1990) que constaram
efeitos do uso de probioticos promove influência sobre a recuperação da frequência
cardíaca em cavalos após exercício, observandofreqüência cardíaca de 15 a 20%
mais baixas nos animais suplementados quando comparados aos animais sem adição
de suplementação na dieta
A suplementação com diversas espécies de microrganismos,
dentre os mais usados, a cultura de leveduras, demonstra ser pratica promissora
no incremento da capacidade atlética de equinos submetidos a treinamento
intenso. Desta forma, fazem-se necessários novos estudos que possam elucidar
aspectos importantes sobre a influência da adição de probioticos na capacidade
atlética, através da avaliação de parâmetros fisiológicos, hematológicos e
metabólicos, oferecendo novas oportunidades de pesquisa e aplicação prática
desses ativos isoladamente ou em conjunto, com o objetivo de garantir a
manutenção da saúde desses animais.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir
que à adição de probioticos à dieta de cavalos submetidos ao exercício incrementou
a capacidade atlética verificada pela melhor recuperação de frequência cardíaca
após o exercício, além de promover modulação benéfica no sistema imune,
diminuindo reações de hipersensibilidade brônquica, e aumentando a
digestibilidade da dieta, representada pelo aumento do ganho de peso.
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Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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