Hipocalcemia / Febre do Leite

Hipocalcemia / Febre do Leite

No Brasil a hipocalcemia é conhecida por diversos nomes: Febre do Leite, Paresia Pós-parto, Paresia Obstétrica, Febre Vitular, Eclampsia, Paresia Puerperal, Apoplexia da Parturiente, Coma Pós-parto, Colapso Puerperal e muitos outros. Embora tenha tantas denominações é uma doença pouco estudada mesmo tendo presença substancial em sistemas de produção mais tecnificados de produção. Estudos recentes mostrou incidência da hipocalcemia em torno de 4,2%, iniciando nas duas ultimas semanas pré-parto até o terceiro dia pós parto onde as vacas apresentam grande dificuldade em manter seus níveis de cálcio normal.

A hipocalcemia é uma doença metabólica, onde o mecanismo de regulação dos níveis de cálcio é perturbado, estando associada com o parto e o início da lactação em vacas leiteiras e é caracterizada pelo rápido declínio das concentrações de cálcio no sangue. A deficiência de cálcio pode causar progressiva disfunção neuromuscular como paralisia flácida, colapso circulatório e depressão da consciência.

Etiologia:

O quadro clínico é comum ocorrer em vacas de segundo a quinto parto, geralmente nas primeiras 72 horas pós-parto. Sua causa é complexa, mas para o desencadeamento da doença estão envolvidos o estresse do parto e a mudança na alimentação, bem como início da produção de leite. Para exemplificar, uma vaca produzindo 10 litros de colostro por dia excreta em torno de 23 gramas de cálcio, o que representa nove vezes a quantidade de cálcio presente no plasma sanguíneo. Esta mudança abrupta nas necessidades de cálcio faz com que o organismo tente disponibilizar cálcio de outras fontes como ossos e reabsorção intestinal. Porém, alguns animais cerca de 5 a 20% das vacas não conseguem disponibilizar esse cálcio e caem após o parto.

As hipocalcemias subclínicas, onde as vacas não chegam a cair são de maior incidência presentes em 50 a 70% das vacas em pós-parto. A hipocalcemia geralmente está associada a hipofosfatemia (baixo nível de fósforo) e hipomagnesemia (baixo nível de magnésio). Se o quadro se mantiver por 48 horas ou mais, o prognóstico é desfavorável devido ao maciço dano muscular.

Sinais Clínicos:

Baseado nos sinais clínicos pós-parto: excitação e tetania, tremor muscular da cabeça e membros, o animal reluta em alimentar-se, decúbito external prolongado, aparência sonolenta e a cabeça virada para o flanco. O focinho seca, as extremidades do corpo esfria, a temperatura corporal diminuí e o pulso fica fraco.

Todos estes sinais associados a uma boa anamnese de parto, nível de produção de leite, idade do animal e os níveis séricos de cálcio são parâmetros importantes para fechar o diagnóstico.

Prevenção/Controle

A prevenção da hipocalcemia tanto na forma clinica quanto subclínica pode ser realizada desde a utilização de dietas aniônicas (que visam reduzir o pH urinário entre outros), suplementação de vitamina D injetável e administração de cálcio de longa ação após o parto. A implementação de dietas aniônicas é um manejo bastante trabalhoso e requer instalações (piquetes próprios), além de um grande controle nutricional. A vitamina D injetável não é encontrada no mercado brasileiro em concentrações satisfatórias para controlar esta doença.

Uma ferramenta muito pratica e eficiente é a administração de NewAlgas na dieta dos animais da dosagem de 20g/animal/dia.

Parto e preparação para lactação: Administrar, por via oral, um frasco na véspera do parto, um frasco no dia do parto, um frasco 12 horas após o parto e um frasco 24 horas após o parto.

Tratamento

O tratamento eficaz para a hipocalcemia é a administração de gluconato de cálcio endovenosa na dose de 2 gramas de cálcio/100kg peso vivo (em torno de 500ml de cálcio injetável). Esta aplicação deve transcorrer em torno de 12 a 15 minutos. Associado ao tratamento injetável deve-se utilizar o NewAlgas por via oral, 60g dissolvido em água, a cada 12 horas ou de acordo com a necessidade. Suplementos energéticos (E-Power) a fim de neutralizar a necrose muscular e compensar as necessidades metabólicas é uma importante estratégia para reverter o quadro.

Cerca de 80% dos casos de hipocalcemia respondem ao tratamento, porém 20% das vacas podem não responder ou apresentar outras complicações. Autores relatam que até 30% dos animais que respondem favoravelmente a terapia poderão apresentar recidivas dentro de 12 a 48 horas. Assim para reduzir o risco de recidivas é importante administrar cálcio via oral (NewAlgas) logo após a aplicação de cálcio endovenoso.

Fontes:

Blood, D.C. e Rodostits O.M. 2002. Clínica Veterinária. 9ª Edição. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ.

Smith P. B. 2010. Medicina Interna de Grandes Animais. 4ª Edição. Editora Elsevier, Barcelona, Espanha.

Aiello S. E. 2001. Manual Merck de Veterinária. 8ª Edição. Editora Roca LTDA, São Paulo, SP.

Corrêa M. N.; González F.H.D.; Silva S.C. 2010.Transtornos Metabólicos Nos Animais Domésticos. Editora e Gráfica Universitária UFPEL, Pelotas, RS.

Saiba onde comprar produtos Univittá:
Encontre o revendedor mais próximo.
Univittá Saúde Animal
Univittá Saúde Animal

Somos um grupo criado através da união de duas empresas, Univittá e Pharmacêutica, comprometidas e empenhadas em aplicar conhecimentos técnicos e científicos em benefício da prevenção e da cura de doenças animais, fazendo o novo para gerar soluções.

Mais artigos deste autor
Leia Também
Botulismo bovino (doença da vaca caída)
Botulismo bovino (doença da vaca caída)

Botulismo bovino também conhecido como doença da vaca caída é uma enfermidade causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum.

A vitamina A na dieta de bovinos
A vitamina A na dieta de bovinos

Neste post será abordado tópicos sobre a vitamina A, como sua função no organismo, as consequências de sua deficiência para os bovinos e o porquê e quando suplementar os animais.

Gostou deste post? Deixe seu comentário