Leite para potros funciona?

Leite para potros funciona?
Para o devido sucesso da criação de cavalos, alguns cuidados devem ser tomados, começando pelo devido manejo nutricional da égua durante a gestação, atingindo as exigências nutricionais diárias da categoria. Isso contribuirá para a manutenção da gestação e a adequada produção leiteira para lactação.

Na espécie equina, a duração da gestação varia entre raças e indivíduos, apresentando em média 335 dias. Após esse período e posteriormente o nascimento do potro, os cuidados com este devem ser intensos, pois trata-se de uma fase bastante delicada. É comum éguas de primeira cria (primíparas) não aceitarem o potro no primeiro momento, ou então tenha ocorrido a morte da mãe no momento do parto, ou mesmo durante o primeiro mês de vida do potro. Com isso, o aleitamento artificial é extremamente necessário, devido à forte dependência do leite materno nessa idade.

Ao nascimento, deve-se atentar à ingestão do colostro por parte do potro, visto que é o alimento mais importante da vida do animal. E o consumo deve ocorrer até seis horas após o parto, adquirindo a devida transferência de imunidade passiva.

Foi atendido um neonato, macho, sem histórico prévio do horário do nascimento, nascido quinze dias antes da data prevista do parto, com princípio não aceitação do potro por parte da égua. O neonato não apresentava sinais de ingestão de colostro, como liberação de mecônio e sinais de sucção no teto da égua, além disso, na avaliação clínica do mesmo, aparente desidratação e apatia.

A égua, com aproximadamente 5 anos de idade, sem raça definida, encontrava-se notavelmente abaixo do escore de condição corporal ideal para equinos em fase lactacional, apresentando escore 3 em uma escala de 1 a 9, com infestação de carrapatos e baixa produção de leite. O manejo nutricional era precário, com apenas o fornecimento de capim Massai, sem o fornecimento de concentrado e de complemento mineral; não atingindo a exigência nutricional diária. Sem histórico de vacinação e vermifugação.

Devido às condições de saúde e o histórico que o potro apresentava, foi administrado, primeiramente, colostro VO (400 ml). A conduta terapêutica instituída foi administração de Plasma Hiperimune IV (400 ml) para garantir a transferência de imunidade passiva, seguido de fluidoterapia IV (1 L de Ringer Lactato) para hidratação. Apresentando melhora significativa após o tratamento, liberando mecônio e diminuindo a apatia. Finalizando os devidos procedimentos clínicos, potro e égua foram alocados em piquete sem a presença de outros equinos, onde a aceitação do potro por parte da égua foi ocorrendo, e em poucos minutos a aceitação em definitivo. Além disso, após 12 horas foi realizado teste de IgG para a comprovação da transferência de imunidade.

Implementou-se um programa nutricional à égua, buscando aumentar a produção leiteira e a condição de escore corporal, já nos três primeiros dias. Concentrado farelado específico para éguas em lactação começou a ser fornecido em pequenas quantidades (0,5kg), ofertado em dois períodos distintos (7h e 16h), e assim adequando, a cada dia, até o limite máximo de consumo (1,5 kg) por refeição. Além disso, a disponibilização à vontade de feno de gramínea Cynodon spp. Cv. Tifton 85, sal mineral e água. Recebendo o equivalente a 2,5% do peso vivo em matéria seca, sendo 1,5% de volumoso e 1,0% de concentrado, caracterizando uma proporção volumoso/concentrado de 60:40.

Pouca produção leiteira e baixa qualidade do leite, são fatores que afetam a saúde e bem-estar do potro, e interferem diretamente em sua curva de crescimento. Devido a isso, como complemento ao leite materno, foi fornecido ao neonato aleitamento artificial, através do fornecimento de concentrado lácteo Unilac® Univittá diluído em água, no qual consta de um combinado de produtos lácteos criado para melhorar o balanço nutricional dos potros nos primeiros dias de vida, garantindo uma alimentação completa para a fase, e assim, assegurando uma crescente curva de crescimento.

Após quinze dias do fornecimento da nova dieta à égua, esta apresentou melhora significativa no ECC (escore 5) e na produção de leite, cessando assim o aleitamento artificial do potro.
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Angelo Araújo
Angelo Araújo

Estudante do LabEqui, USP - Universidade de São Paulo

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