A linfoadenite caseosa é um processo inflamatório de linfonodos, caracterizado pela formação de abscessos de paredes espessas e com conteúdo purulento de aspecto caseoso e amarelado, causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis que acomete caprinos, ovinos e, raramente, bovinos. Como o agente é eliminado com o exsudato purulento dos abscessos, pode infectar outros caprinos através de ferimentos na pele (70% da penetração é cutânea) ou pela ingestão de água e alimentos contaminados.
A doença se inicia com o aumento de volume dos linfonodos, que se apresentam sensíveis e firmes à palpação e, com sua evolução, tornam-se flutuantes. Numa fase mais adiantada do processo, esses linfonodos supuram, permitindo a drenagem espontânea do exsudato purulento, o que deve ser evitado, tratando o animal antes que isso ocorra.
Os linfonodos mais freqüentemente acometidos são os pré-parotídeos, os pré-escapulares e os pré-crurais e submandibulares, podendo ocorrer abscessos em linfonodos internos como os mediastínicos, determinando quadros respiratórios inespecíficos (taquipnéia, dispnéia e tosse crônica) e mesentéricos, determinando o emagrecimento progressivo do animal.
O diagnóstico bacteriológico a partir de material drenado dos abscessos é definitivo. Lesões superficiais podem ter seu conteúdo facilmente retirado e encaminhado ao laboratório. Entretanto, deve-se ter cuidado com a manipulação dos abscessos, pois o microorganismo sobrevive bem no ambiente podendo contaminar outros animais, além do que, é potencialmente uma zoonose.
O uso de antibióticos por via sistêmica não é efetivo no tratamento da linfoadenite caseosa e, nos casos de abscessos externos, faz-se necessário o tratamento local e concomitantemente associar medidas de profilaxia.
Acompanha-se a evolução do "caroço" e, assim que é possível, procede-se à drenagem do abscesso, seguindo-se uma vigorosa lavagem e aplicação de um sedenho (gaze embebida em solução de iodo a 10%), no local. Deve-se queimar a secreção obtida para evitar a contaminação ambiental. Animais enfermos devem ser eliminados para evitar a contaminação de outros animais.
Se não for possível manter o animal isolado até o perfeito fechamento da ferida ele contaminará os demais uma vez que é o pus a principal forma de transmissão da doença. Por esse motivo, o animal obrigatoriamente deve ser isolado e apenas retornar à baia ou ao contato com o rebanho após o perfeito fechamento e cicatrização do corte e deverá ser lavado e esfregado com água e sabão, seguido de uma solução a base de iodofórico, sem esquecer de submete-lo a pedilúvio. Com essa medida de higiene, o animal não levará secreções aderidas ao pelo ou aos cascos, quando de sua reintegração ao lote.
O prognóstico, isto é, a possibilidade de cura do animal dependerá do grau de severidade que a doença alcançou.
A Linfadenite Caseosa pode ser uma doença devastadora para o produtor de caprinos ou ovinos. A doença determina a perda de grande valor da pele, devido à ferida cicatrizada, ou devido à perda de peso, ou mal desempenho geral, menor produção de lã, redução do leite, etc.
Muita gente pensa que o "mal do caroço" só acontece em países ou regiões pobres, mas está enganada. Nos Estados Unidos, a Linfadenite Caseosa é considerada a terceira doença que mais condena carcaças de ovinos.
A erradicação e o controle da doença é de suprema importância para o produtor. Enorme esforço deveria ser feito para erradicar a doença, ao invés de ficar apenas tratando dos indivíduos afetados.
A LC é causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis que pode sobreviver por meses ou anos no ambiente. Existem duas formas de manifestação:
1) - linfonodos (caroços) debaixo da pele. Pode ser um ou vários abscessos, geralmente ao redor da cabeça, pescoço ou junção das pernas e no corpo. Eventualmente romperão e escoarão.
2) - forma visceral, envolvendo linfomas e órgãos internos, especialmente o rim e o fígado. Provoca debilidade crônica, mínimo ganho de peso, baixa produção de lã e queda drástica do leite.
Embora ovinos e caprinos possam apresentar as duas formas, geralmente os caprinos apresentam apenas caroços superficiais, enquanto os ovinos apresentam a forma visceral.
Os animais de menos de 6 meses são menos aptos a contrair a doença, talvez por terem estado ainda menos expostos ao mal. A doença deveria ser considerada como vitalícia e todos os animais deveriam ser tratados como tal, quer já estejam infectados ou não.
As bactérias podem infectar os animais tanto pelo contato com material já doente ou por perfurações e raspaduras. Devido à grande facilidade de infecção, o produtor deveria estar sempre atento, tentando proteger seus animais saudáveis. A infecção acontece também pela ingestão de água e alimentos contaminados. Isolar os animais infectados é uma primeira medida de prevenção. Desinfetar, rigorosamente, qualquer área utilizada pelos animais infectados (cochos, etc.) e, principalmente, onde houve escorrimento do pus das feridas. Minimizar a aglomeração de animais, formando grupos de animais não-contaminados.
Na hora de tosquiar, escolher primeiramente os mais jovens, deixando os mais idosos para o final. Vacinar todos os animais anualmente. Quando comprar qualquer animal, exigir que estejam vacinados ou que venham de rebanhos livres de Linfadenite. Controlar rigorosamente qualquer possibilidade de introdução de parasitas externos, utilizando apenas equipamento próprio da fazenda.
NO HOMEM - Embora não exista nenhum caso de contaminação natural em seres humanos, acredita-se que seja possível. Já aconteceram casos em vários países, talvez devido à mão que esfolava carcaças e sofreu algum corte com a faca contaminada. Também já houve registros de pessoas contaminadas pelo leite cru infectado. Por causa disso, as partes infectadas do animal e, principalmente, o pus retirado das feridas jamais precisam ser tratadas com muito cuidado. Qualquer contato pode gerar infecção.
TRATAMENTO
Acompanha-se a evolução do "caroço" e, assim que for possível, deve-se fazer a drenagem. Depois, uma vigorosa lavagem e aplicação de uma solução de iodo a 10% no local. É importante queimar a secreção (pus ou todo o material do abscesso) e manter o animal isolado até o total fechamento da ferida, porque a secreção é a principal forma de transmissão da doença.
Manter o rebanho sadio e imunologicamente bem pode contribuir muido para a prevenção da doença e o controle das micotoxinas na dieta pode fazer total diferença. A Univittá criou o MOS um aditivo prebiótico contendo adsorventes de micotoxinas que além de previnir seus efeito garante a saúde da microbiota intestinal, melhorando os indices produtivos e reprodutivos.
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