Manejo Sanitário e Nutricional da Ovelha Gestantes

Manejo Sanitário e Nutricional da Ovelha Gestantes
Os Clostrídios fazem parte do único grupo universal de doenças para o qual todos os ovinos devem ser vacinados. A enterotoxemia causada pelo Clostridium perfringens tipo D é uma doença de ruminantes, especialmente de cordeiros, e apresenta ampla distribuição mundial, sendo particularmente importante em sistemas intensivos de produção, onde a utilização de concentrados na dieta é alta. O C. perfringens tipo D é um habitante natural do trato digestivo, porém, sob determinadas condições de elevado plano nutricional com alta inclusão de concentrados ricos em amido, os microorganismos proliferam-se rapidamente nos intestinos e produzem quantidades letais de ε-toxina (toxina épsilon), causando a morte de cordeiros em torno de 2 horas.

Vacinar as fêmeas por volta de 3-4 semanas antes do parto aumenta grandemente os níveis de anticorpos circulantes até a última semana antes do parto, quando, então, devido à migração para o colostro, os níveis na corrente sanguínea decrescem. Esta é uma das melhores estratégias para se combater surtos de enterotoxemia em cordeiros, fazendo uso da transferência passiva de imunidade.

Para ter uma ideia as concentrações de anticorpos variam de 0,15 a 0,2 UI/mL e são considerados suficientes para proteção em ovinos. Assim, a vacinação de ovelhas no pré-parto aumenta significativamente as concentrações de anticorpos dos cordeiros (19 UI/mL) comparadas com a de cordeiros de ovelhas não vacinadas (2 UI/mL).

A vacinação das ovelhas no terço final de gestação fornece aos cordeiros concentrações mais altas de anticorpos até a semana 10 pós-parto, quando na semana 12 começam a declinar para níveis em torno de 0,6 UI/mL, e como concentrações de 0,2 UI/mL podem ser protetoras, a vacinação de ovelhas antes do parto promove a proteção passiva (imunidade fornecida durante a gestação) para os cordeiros, no mínimo, até a semana 12 após o nascimento, melhorando imensamente a transferência passiva de anticorpos, o que é crucial para aumentar as taxas de sobrevivência neonatal e, como em sistemas intensivos de produção os cordeiros estão prontos para comercialização antes dos 4 meses de idade, a vacinação dos mesmos pode não ser necessária.

Ovelhas que nunca foram vacinadas, devem receber 2 doses de vacina polivalente contra clostridioses com intervalo de 30 dias, sendo a última vacinação realizada por volta de 3-4 semanas antes do parto. Borregas que foram vacinadas após a desmama e ovelhas já inseridas no programa de vacinação devem receber apenas uma única dose nas últimas 3-4 semanas de cada gestação.

DICAS NUTRICIONAIS

O crescimento do cordeiro dentro da mãe é sensível aos efeitos diretos e indiretos da nutrição materna em todos os estágios, desde a concepção do feto até o nascimento do cordeiro.

Um eficiente e dos primeiros procedimentos a se realizar a partir de 30 a 45 dias após a estação reprodutiva é o diagnóstico de gestação e a determinação da quantidade de fetos. O valor do diagnóstico precoce está na identificação de fêmeas não produtivas e de ovelhas com gestação gemelar, permitindo a divisão do rebanho em lotes em função da fase e do tipo de gestação, e possibilitando a implementação de programas nutricionais e de manejo apropriados.

As fêmeas que vão parir mais de uma cria, a exemplo das borregas, devem ser acompanhadas cuidadosamente para que sua gestação transcorra com tranqüilidade, assim como seu desenvolvimento corporal, que deve ser avaliado constantemente por meio da condição corporal, uma vez que, ainda estão em fase de crescimento. Até os 90 dias de gestação, o ganho de peso deve ser moderado, porém, continuo, de forma a manter o escore corporal da borrega em torno de 3. Se estiver acima disso convêm uma ligeira restrição para deixá-la em um escore mais satisfatório e, se estiver abaixo de 3, deve-se fornecer uma suplementação adicional para melhorar sua condição.

Como o feto cresce muito nos últimos 60 dias da gestação, a situação torna-se mais delicada, uma vez que, a capacidade de ingestão de alimentos das borregas ainda não é máxima e o tamanho do feto ocupa mais espaço, diminuindo ainda mais o consumo voluntário, enquanto aumenta a demanda por nutrientes. Na fase final da gestação, o plano nutricional deve permitir um maior ganho de peso em relação ao período inicial com ótimo fornecimento de nutrientes para atender tanto os requerimentos do feto quanto da própria borrega em crescimento, de forma que ela chegue ao parto com escore corporal por volta de 3,5 a 4, a depender do número de fetos.

Quando falamos das ovelhas multíparas não lactantes, as recomendações nutricionais nas primeiras 15 semanas de gestação são calculadas para exceder ligeiramente as exigências de manutenção, sendo que esta categoria, teoricamente, não precisaria de um acompanhamento tão rigoroso como no caso das borregas. Para estas as recomendações são baseadas no fato de que a ovelha com boa produção de leite irá perder peso durante a lactação e deve recuperar o peso durante os períodos de desmama, reprodução e início da gestação. O uso de forragem de boa qualidade é suficiente para atender as exigências neste período inicial e permitir ganhos moderados, mantendo o escore corporal em torno de 3.

Ovelhas que aos 90 dias de gestação apresentarem um escore corporal entre 2,5 e 3, encontram-se em uma situação ideal para responder ao aumento do plano nutricional nos estágios mais avançados da gestação. Se necessário, as ovelhas com escore corporal mais elevado no final do primeiro mês de  gestação podem ser alimentadas para perder 0,5 pontos de escore até o terceiro mês de gestação, sem que haja qualquer efeito significativo sobre a ovelha ou crescimento fetoplacentário, desde que esteja ganhando peso, porém, em taxas mais modestas.

Nas últimas 8 semanas de gestação e, como aproximadamente 90% do crescimento fetal e cerca de 80% do desenvolvimento mamário ocorrem nesse período, a necessidade nutricional da fêmea se eleva substancialmente, sendo agravado quando a mesma apresenta gestação gemelar. Geralmente, a única
maneira de fornecer alimentação extra é aumentando a quantidade de concentrado na dieta, pois, devido a limitação física do rúmen nesta fase, o consumo de forragem em quantidade suficiente para suprir suas necessidades está prejudicado. O plano nutricional nesse final de gestação deve permitir maiores ganhos de peso de forma estável, permitindo que a ovelha alcance o parto com escore corporal ao redor de 3,5 ou um pouco mais no caso de gestações gemelares.

Nesta fase da gestação deve-se adotar um regime dietético que minimize a utilização de energia do organismo a partir das reservas de gordura, o que é importante para se prevenir a cetose ou toxemia da gestação. Deve-se também tomar cuidado com relação ao escore corporal das fêmeas e caso esteja abaixo do ideal, a atenção deve ser redobrada, pois tentar restringir alimento poderá, ao invés de auxiliar na prevenção da toxemia, desencadeá-la mais rapidamente. Se o animal estiver abaixo da condição ideal pode-se suplementá-lo ligeiramente acima de suas necessidades, porém, se essa suplementação adicional for exagerada, poderá acarretar crescimento excessivo do feto e acúmulo excessivo de gordura na ovelha, resultando em partos distócicos.

Para propiciar o nascimento de cordeiros sadios e vigorosos, e para revenir a toxemia da gestação, uma dieta adequada durante o período pré parto propicia desenvolvimento mamário adequado, maximiza a produção de leite da fêmea e o crescimento pós-natal do cordeiro. Nesse período o uso de aditivos e a suplementação mineral é primordial, pois garantirá nutrientes diversos, principalmente para um animal que está se alimentando pouco, por ter espaço abdominal reduzido.

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