Barbatimão ajuda na cicatrização de feridas

Barbatimão ajuda na cicatrização de feridas

O que você sabe sobre o barbatimão? Já ouviu falar sobre suas propriedades para cicatrização de feridas ou até mesmo chegou a ferver a casca da planta para banhar machucados?

Nativo da região do cerrado brasileiro (Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul), o barbatimão, também conhecido por barba-de-timão, é uma espécie de planta de tronco tortuoso e casca rugosa espessa de cor clara.

Ele é alvo de especial interesse pela indústria do couro e pela indústria cosmética medicinal.

Isso porque o barbatimão é abundante em tanino e uma das plantas medicinais mais usadas em todo Brasil e no exterior. Em estudos publicados em 2007, concluiu-se que seu extrato reduziu a sensação de dor e ele também foi apresentado como alternativa contra microrganismos Staphylococcus aureus.

Mas o que faz com que o barbatimão seja tão eficaz? Qual sua relação com as feridas e onde podemos encontrá-lo? É isso o que vamos apresentar neste artigo. Acompanhe!

O que faz com que o barbatimão seja tão eficaz?

A sua casca é abundante em tanino, substância fenólica solúvel em água. Os taninos são responsáveis pela maior parte das atividades farmacológicas por terem três propriedades gerais:

  • Agem na formação de complexos com íons metálicos;
  • Têm atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres;
  • Possuem a habilidade de formar complexos com outras moléculas, como proteínas e polissacarídeos.
Mas as propriedades do barbatimão vão para além do tanino. A planta também possui alcaloides, amido, flavonoides, proantocianidinas, matérias resinosas, mucilaginosas, corantes e saponinas.

Qual a relação do barbatimão com feridas?

Estudos científicos provam que o barbatimão tem resultados exponenciais na cicatrização de feridas. Confira três pesquisas científicas diferentes: a primeira em camundongos, a segunda em ratos e a terceira em humanos.

Estudo de Eurides et al. (1995/1996) pesquisadores avaliaram a reparação tecidual de feridas cutâneas de camundongos tratados com uso tópico diário com 0,1 mL de solução aquosa de barbatimão.

Nas feridas tratadas não houve formação de exsudato purulento, enquanto no grupo controle foi observada a formação de pus no 14º dia de pós-operatório.

Isso significa que a solução de barbatimão induziu maior resposta inflamatória, o que tornou a reparação tecidual mais fácil e rápida. Consequentemente, favoreceu o maior desenvolvimento de granulação, contribuiu para a reepitelização da área e permitiu a reparação da ferida no 19° dia de pós-operatório.

Estudo de Coelho et al. (2010): pesquisadores avaliaram o efeito do tratamento de feridas cutâneas em ratos com exposição da fáscia muscular do membro posterior direito. Eles utilizaram pomada com 10% de barbatimão (60 g de pomada base, 6 mL de extrato aquoso de barbatimão).

Os animais foram tratados diariamente com o fármaco durante 7, 14 e 30 dias. A epitelização das feridas ficou completa aos 14 dias de pós-operatório e não houve formação de pus.

Estudo de Minatel et al. (2010): pesquisadores testaram formulação de pomada contendo barbatimão a 3% para cicatrização de úlceras de decúbito em 27 pacientes. O total de 51 úlceras foi submetido à avaliação clínica por seis meses.

A pomada foi aplicada uma vez ao dia após a higienização da área lesada com soro fisiológico. Houve favorecimento da cicatrização em 100% das lesões, sendo que 70% levaram cerca de dois meses para cicatrizar, pois o tempo de cicatrização variou de acordo com o grau de profundidade e local da lesão.

Barbatimão: ação antisséptica, antifúngica e antibacteriana

Outros estudos científicos mostraram ainda que o barbatimão é um ótimo aliado para combater infecções, micróbios, fungos e bactérias. Confira:

Estudo de Ishida et al. (2006): pesquisadores confirmaram a ação antifúngica de extrato do barbatimão contra Candida albicans isoladas de secreção vaginal, em experimento em que a subfração do barbatimão inibiu o desenvolvimento dos fatores de virulência do fungo.

Estudo de Souza et al. (2007): pesquisadores avaliaram a ação antisséptica do extrato e do sabonete frente aos micro-organismos Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli. No extrato seco observou-se ausência de crescimento bacteriano na concentração de 50 mg/mL para o S. aureus e de 75 mg/mL para o S. epidermidis e o E. coli.

Estudo de Espíndola et al. (2008): pesquisadores avaliaram a potencial ação antifúngica do extrato de barbatimão extraído por maceração com diluição em hexano, na concentração de 20 mg/mL, frente à exposição aos micro-organismos Trichophyton rubrum e Candida albicans. O extrato induziu apenas inibição de T. rubrum, sendo ineficaz para inibição de C. albicans.

Estudo de Ferreira et al. (2009): pesquisadores avaliaram a atividade antimicrobiana inibindo o crescimento microbiano em 10 cepas de S. aureus expostas ao extrato hidroalcoólico de barbatimão. Todas as cepas foram sensíveis ao material, sendo que a concentração de 1,56% foi considerada a faixa de Concentração Inibitória Mínima (CIM).
 
O que temos de barbatimão hoje?

Após tantos estudos, é impossível não atribuir ao extrato de barbatimão uma ação adstringente e antisséptica — além de ser usado em feridas ulcerosas contribuindo para cicatrização e com ação hemostática (diminuição de sangramento).

Considerando todas as propriedades do extrato de barbatimão, a farmacêutica do grupo Univittá desenvolveu pomada com concentração ideal de barbatimão. O produto, registrado pela Anvisa, ainda vem enriquecido por citronela, que ajuda a repelir as moscas.

REFERÊNCIAS:

Informações da Revista Panorâmica On-Line. Barra do Garças – MT, vol 15, p. 127 - 137, dez. 2013. ISSN - 2238-921-0;

SANTOS et al., 2002; FONSECA e LIBRANDI, 2008; SOARES et al., 2008.
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Allan Rômulo
Allan Rômulo

Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.

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