Os equinos durante toda sua vida são submetidos a diversas situações de estresse e seus cascos refletem isso seja na forma de enfermidades ou até mesmo através de linhas de estresse.
O casco do equino é composto por estruturas sensíveis, onde em condições sadias de acordo com a estrutura anatômica tem a seguinte relação:
- - Parede do Casco (25% de água);
- - Sola (33% de água); e
- - Ranilha (50% de água)
Quando esses níveis de hidratação estão desequilibrados o reflexo é imediato, tanto na estrutura dos cascos como em todo membro do animal.
Todo casco saudável tem em sua superfície o extrato tectorium ou extrato externo que nada mais é que uma camada fina e brilhante também conhecida como “verniz” que tem a função de retardar a evaporação da umidade e evitar o excesso de absorção de água.
O verniz é perdido durante o casqueamento e ferrageamento no momento que a muralha do casco é grosada, aumentando a perda de umidade e consequentemente ressecamento da mesma.
Uma adequada hidratação do estojo córneo garante maior elasticidade e maior tolerância às forças de compressão que são exercidas no casco, maior potencial de amortecimento de impacto, ficará menos susceptível a rachaduras ou quebras e o tornará mais tolerante a cravos.
Para garantir a saúde dos cascos dos animais devemos pensar no manejo de cavalos mantidos em cocheiras, pois um cavalo na natureza caminha em média 18 horas por dia, fazendo com que maior volume sanguíneo chegue ao casco, revitalizando assim a hidratação e homeostasia do casco. Um cavalo mantido 23 horas por dia em baia, restringindo assim seu caminhar, será prejudicado em vários aspectos músculo esqueléticos e psicológicos, e um deles indiscutivelmente, é a saúde dos cascos.
Pensando nisso os cuidados com a porção distal do membros deve ser levada à sério e para isso os cuidados com a cama é fundamental visando o conforto e prevenção do excesso de umidade. A umidade inadequada, acúmulo de urina ou fezes são fatores que predispões enfermidades e torna os cascos frágeis, amolecimento da sola, podridão de ranilha, lesões de pele (dermatites de quartela), além de possíveis contaminações. Os equinos criados em regiões úmidas ou alagadiças frequentemente são acometidos por enfermidades nos cascos, mas os encocheirados devem receber atenção ainda maior principalmente em relação a higiene das instalações e dos cascos.
Um fator rotineiro, porém pouco utilizado na equinocultura, é a lavagem, limpeza do casco e secagem dos membros, principalmente pêlo e pele, antes da introdução dos animais nas instalações. Mas fazendo as devidas higienizações e utilizando alguns produtos que não interferem na estrutura do casco como é o caso do SóSebo (que é somente sebo de carneiro), você garantirá a impermeabilidade da umidade externa e a perda excessiva da umidade interna, garantindo assim a hidratação ideal do membro.
Com a manutenção da integridade dos cascos, estes podem desenvolver-se normalmente e desempenhar corretamente a função de amortecimento do impacto dos membros locomotores sobre o solo. Este manejo é fundamental para saúde dos cascos, preservando assim a integridade e a saúde dos mesmos como um todo.
Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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