Há quem acredite que os animais não têm a mesma sensibilidade à dor dos seres humanos. A verdade é que nós nos expressamos muito melhor e demonstramos o mínimo desconforto, enquanto os animais podem mostrar uma postura de dor quase imperceptível aos olhos de uma pessoa destreinada.
Mas eles também sentem dor. O maior desafio aos médicos veterinários é justamente a falta de uma ferramenta objetiva para mensurar a dor dos animais. Por esse motivo, contar com a ajuda e disposição do proprietário do animal é condição decisiva para uma avaliação criteriosa a fim de identificar as áreas de prováveis desconfortos e, assim, criar estratégias para o diagnóstico e para o tratamento.
Os dados da anamnese fornecem informações valiosas sobre o estado geral, grau de atividade e características peculiares de cada paciente. Por isso, são imprescindíveis para o diagnóstico de um profissional – assim como o exame clínico.
Como determinar a intensidade da dor do animal
Determinar a intensidade da dor em animais é algo complexo e depende de uma metodologia subjetiva. Isso significa que pode resultar em erros na escolha da terapia analgésica.
Mas há algumas escalas que podem ser utilizadas para estimar a intensidade da dor: a escala de dor da Universidade de Melbourne (Austrália), a escala composta de Glasgow (Escócia) e a escala de dor aguda do Centro Médico Veterinário da Universidade do Estado do Colorado (EUA).
Cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens, mas compartilham da mesma essência, que é auxiliar o clínico para determinar a gravidade dos quadros dolorosos. O mais importante é que o médico veterinário tenha treinamento para mensurar essa dor e, com o tratamento mais adequado, consiga acompanhar a evolução do caso.
E o tutor tem papel fundamental durante esse processo, porque o comportamento do animal muda sutilmente. Então os donos dos animais têm que estar atentos a pequenas alterações na rotina dos animais. Vamos dar alguns exemplos para cães e gatos:
Comportamentos mais comuns em cães que estão com dor ou desconforto.
- Lambedura constante;
- Latir, chorar ou grunhir com mais frequência;
- Perda de apetite;
- Agressividade;
- Ficar mais ofegante;
- Dificuldade para se mover;
- Mudanças nos padrões de sono;
- Mudanças na rotina, como urinar ou defecar em lugares que não são comuns, tropeçar em obstáculos que antes não eram um problema, não conseguir subir em móveis;
- Postura anormal;
- Dificuldade ao se levantar ou deitar;
- Mancar;
- Isolamento de pessoas e/ou outros animais;
- Evita brincar;
- Olhar com aspecto cansado.
Comportamentos mais comuns em gatos que estão com dor ou desconforto.
- Mancar;
- Dificuldade de pular;
- Caminhar de forma anormal;
- Não querer se mover;
- Se esconder;
- Reagir a palpações;
- Brincar menos;
- Perda de apetite;
- Parar de se lamber;
- Diminuir suas atividades diárias;
- Esfregar-se menos nas pessoas;
- Perda de peso;
- Postura encurvada;
- Lamber somente uma parte do corpo;
- Cabeça baixa;
- Mudança de temperamento;
- Humor sem definição, indiferente;
- Contração involuntária das pálpebras;
- Evitar áreas com claridade (raro quando sentem pouca dor);
- Rosnar (raro quando sentem pouca dor);
- Gemer (raro quando sentem pouca dor);
- Ficar de olhos fechados (raro quando sentem pouca dor);
- Mudanças no comportamento alimentar (raro quando sentem pouca dor);
- Torcer o rabo;
- Dificuldades para urinar.
Os gatos têm uma sensibilidade à dor maior que os cães, mas tendem a demonstrar menos ainda. Por isso, é sempre importante ficar atento quanto a quaisquer mudanças na rotina do seu animal e procurar pela orientação de um médico veterinário.
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