Superbactérias em pets: isso pode acontecer?

Superbactérias em pets: isso pode acontecer?
Se uma patologia causada por bactéria já assusta, imagine quando esse microrganismo ganha um superlativo: “superbactéria”. Pois saiba que as superbactérias realmente existem e podem acometer tanto humanos quanto pets. 

O termo é usado para bactérias resistentes a antibióticos – ao menos aos mais comuns na rotina clínica. Não é raro profissionais da medicina veterinária se depararem com infecções que aparentam ser simples, de bactérias antes facilmente combatidas e que agora têm baixa sensibilidade aos antibióticos. Mas por que isso acontece?

Quando as bactérias se tornam resistentes

O erro na administração dos antibióticos é um dos grandes vilões para criar as superbactérias. Muitos tutores, ao perceberem a melhora clínica dos seus animais, cessam a administração do medicamento e, com isso, colaboram para formar uma linhagem cada vez mais resistente de bactérias.

Isso acontece porque o antibiótico é um composto produzido por microrganismos capazes de matar ou inibir o crescimento de outros microrganismos. Devido à dinâmica natural dos organismos vivos, as bactérias podem se adaptar ao meio em que vivem e se tornar mais resistentes.

Mecanismos de resistência de bactérias

Uma bactéria é capaz de crescer in vitro nas concentrações que o antibiótico atingiria no sangue, quando administrado por via oral ou parental. Os mecanismos que ocasionam a resistência da bactéria são:

1-) Enzimas, que modificam os antibióticos;
2-) Bombas de efluxo, que expulsam o antibiótico da bactéria;
3-) Modificações estruturais, ou seja, mutação de receptores ou de unidades dos ribossomos.

Para facilitar o entendimento, vamos citar um exemplo de Streptococcus canis multirresistente.

Relato de caso fatal em cachorro

O trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu) relata o caso clínico de uma cadela da raça Pinscher. O animal chegou com um quadro clínico ruim, de desenvolvimento agudo e, posteriormente, veio a óbito.

Após a morte do animal, foram feitos exames para diagnosticar a causa da morte e foi detectada uma bactéria comum em cães: a Streptococcus canis. Até então, a causa da morte não estava solucionada.

A surpresa veio no teste de sensibilidade. Foram testadas 30 drogas antimicrobianas e observada a presença de resistência múltipla frente a 11 drogas para o isolado pulmonar e 9 para o isolado uterino. 

Este relato de caso deixa evidente que estamos em um momento crítico com relação à antibioticoterapia. A displicência na administração de antibióticos deve ser combatida com informação e critérios normativos técnicos.

Assim como medidas em conjunto devem ser tomadas para minimizar o grave problema das superbactérias na população humana, o mesmo acontece na veterinária. E devido à falta de critério na venda, na prescrição e na utilização correta dos fármacos, os casos relacionados à resistência bacteriana na medicina veterinária só crescem.

É preciso controle maior da venda de antibióticos nas agropecuárias, de maior cuidado nos critérios de prescrição – que são de competência dos médicos veterinários – e da correta administração por parte dos tutores. Os antibióticos são importantes para a saúde animal, mas é preciso atenção para que não haja uso desenfreado ou incorreto. 

REFERÊNCIA:

Saiba onde comprar produtos Univittá:
Encontre o revendedor mais próximo.
Univittá Saúde Animal
Univittá Saúde Animal

Somos um grupo criado através da união de duas empresas, Univittá e Pharmacêutica, comprometidas e empenhadas em aplicar conhecimentos técnicos e científicos em benefício da prevenção e da cura de doenças animais, fazendo o novo para gerar soluções.

Mais artigos deste autor
Leia Também
Animais também sentem dor: veja sinais de desconforto
Animais também sentem dor: veja sinais de desconforto

Há quem acredite que os animais não têm a mesma sensibilidade à dor dos seres humanos. A verdade é que nós nos expressamos muito melhor e demonstramos o mínimo desconforto, enquanto os animais podem mostrar uma postura de dor quase imperceptível aos olhos de uma pessoa destreinada.

Quais cuidados devo tomar com meu gato idoso?
Quais cuidados devo tomar com meu gato idoso?

O seu gatinho de pelagem toda pomposa e extremamente macia, que tinha vigor e não se cansava de brincar o tempo todo já não é mais o mesmo? Ele anda mais pacato, com aparência cansada e pelo sem viçosidade? Saiba que provavelmente seu bichano chegou à fase sênior ou geriátrica.

Gostou deste post? Deixe seu comentário