É bastante comum que um atleta do meio equestre, com o passar do tempo e dos dias de treinamentos de uma pré-temporada, sinta que seu animal está com pouca energia nos treinamentos ou nas primeiras competições.
Por isso, listamos 4 pontos e medidas que devemos averiguar para resolver esse contratempo. Confira!
1. Certifique-se que o animal está saudável
Existem algumas doenças que podem tirar completamente – ou parcialmente – a energia e a performance do cavalo atleta. Por isso, certificar-se que o animal não apresenta nenhuma enfermidade é fundamental para iniciar a investigação.
Dentre as doenças que podem gerar o baixo rendimento dos animais está a babesiose equina. Os sinais são caracterizados por:
- Picos febris, geralmente ao final da tarde;
- Anemia;
- Icterícia;
- Hemoglobinúria;
- Depressão;
- Falta de apetite;
- Incoordenação motora;
- Lacrimejamento;
- Decúbito
É importante salientar que essa doença pode se tornar crônica, principalmente em animais aparentemente saudáveis. Por isso são necessários exames feitos por profissionais.
2. Averigue se o animal tem livre acesso à suplementação mineral e água fresca
É muito limitado pensar que os minerais ou a suplementação mineral tem ação direta somente na formação de ossos e desenvolvimento esquelético dos animais. A verdade é que os minerais participam de inúmeras reações enzimáticas, da síntese de aminoácidos e, inclusive, do aproveitamento de energia. São mais que fundamentais para o controle da fadiga muscular – condição muito comum nos animais atletas.
Dessa forma, é importante que a suplementação mineral seja fornecida de forma orgânica para que haja um melhor consumo e, principalmente, uma melhor absorção desses minerais. O ideal é que a suplementação mineral, mesmo em animais estabulados, seja fornecida em um cocho à parte, separado do cocho de ração. Isso fará com que o animal procure a suplementação de forma voluntária sempre que seu organismo sentir necessidade.
De igual importância, a água sempre deve estar limpa, inodora e na temperatura ambiente: confortável, nem quente e nem fria, pois qualquer tipo de alteração pode comprometer o consumo.
A água participa não somente da hidratação do animal, mas diretamente do consumo de matéria seca (alimento sem água). O baixo consumo de matéria seca indica queda na ingestão de alimento do animal, o que resulta em fraqueza e posterior queda de rendimento.
3. Adeque o momento dos treinos com a suplementação concentrada
É comum alguns competidores procurarem pelos famosos “pozinhos” ou “pastinhas” milagrosos para o animal consumir momentos antes de praticar o exercício e, assim, ganhar energia extra.
Fato é que qualquer suplemento a ser oferecido aos animais antes das provas precisa passar por um período de adaptação. O cavalo precisa estar adaptado para a ingestão desse suplemento e, mais importante, é preciso ter certeza de que o mesmo poderá influenciar de forma positiva na saúde e no bem-estar do animal.
Atualmente as suplementações concentradas (ração) são compostas por carboidratos de rápida absorção e já fazem parte da dieta desses animais no dia a dia. Então, fica a pergunta: por que não utilizar elas um período antes de iniciar os trabalhos?
Claro que alguns cuidados devem ser tomados, pois para proporcionar rápida absorção elas também apresentam alta fermentação – e as quantidades fornecidas antes do exercício devem ser mais bem controladas no comparativo com o período de alimentação normal.
Sabemos que muitos competidores, para evitar qualquer desconforto ou perda de desempenho, deixam os animais em jejum por longos períodos nos dias de prova. Isso compromete o desempenho atlético do animal.
É importante – e não podemos nos esquecer – de promover dias normais para os animais em dias de provas. A rotina, a alimentação e os cuidados devem seguir ao máximo o que é feito no haras ou centro de treinamento. Suplementos existem, mas eles já devem fazer parte da dieta normal e diária do animal para que sejam bem aproveitados, funcionais e não gerem problemas para o cavalo atleta.
4. Disponibilize volumoso na forma e periodicidade adequadas
Os equinos são, acima de tudo, herbívoros, o que faz com que sua dieta diária seja predominantemente de volumoso (capim). No entanto, muitos criadores e proprietários infelizmente não dão a devida importância para isso.
É importante termos em mente que, uma vez que a principal dieta do cavalo é capim, a principal fonte de energia é determinada pelo volumoso – e não por qualquer fonte de suplementação concentrada.
Volumoso de qualidade e vontade são fundamentais para a disponibilidade de energia do animal não somente no momento da competição, mas também para que se mantenha nos treinamentos e no dia a dia.
O consumo voluntário vai variar com a qualidade do volumoso ofertado e com o peso do animal. O cavalo irá consumir em torno de 2 a 3% de seu peso.
Conclusão
Uma vez considerados esses 4 pontos, podemos optar por fontes energéticas para os animais, principalmente para os atletas ou que participam de períodos de altas cargas de trabalho.
Uma fonte eficaz na reposição ou suplementação energética é o óleo de arroz degomado Gamarice. Além de proporcionar a reserva de energia em forma de glicogênio, possibilita o bom fluxo gastrointestinal – e são muito bem sintetizados pelos equinos.
Outro importante produto a ser utilizado são aqueles que proporcionam uma otimização da digestibilidade do animal, como é o caso do Pro-SACC, aditivo probiótico que aumenta a digestibilidade e contribui para absorção dos nutrientes, vitaminas e minerais. Conheça os produtos da Univittá!
Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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