A gastrite é definida como uma inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Ela pode ser oriunda de diversas causas: manejo alimentar inadequado, estresse recorrente, alguns tipos de vermes, disfunção odontológica e até mesmo lesões mecânicas na parede do estômago por ingestão de alimentos fisicamente “grosseiros”.
Esses fatores interferem em uma das etapas do processo digestivo dos equinos, seja na produção fisiológica do Hcl (ácido clorídrico) ou na produção do muco.
O Hcl tem o objetivo de digerir quimicamente o bolo alimentar, que é o alimento apreendido (mais saliva), mastigado e posteriormente ingerido, sendo direcionado ao estômago. Por sua vez, o muco tem a função de proteger a parede do intestino do pH ácido do ambiente estomacal.
Quando há algum problema em uma destas duas etapas, a gastrite pode surgir e evoluir para as úlceras — as famosas feridas na parede do estômago. Neste artigo, veja como prevenir, identificar os sinais e tratar a gastrite.
As principais causas da gastrite
Como vimos acima, a gastrite pode surgir por diversos fatores. No entanto, os mais comuns são:
Manejo alimentar inadequado: o animal passa longos períodos em jejum e/ou em situações que fazem com que o equino ingira menos volumoso e mais concentrado;
Estresse frequente: viagens constantes, ritmo intenso de treinamento, etc.;
Uso indiscriminado de anti-inflamatórios não esteroidais: eles inibem a produção do muco protetor do estômago;
Aerofagia: ao deglutir ar, a quantidade de Hcl no estômago do cavalo será maior que a quantidade do bolo alimentar, o que lesiona a mucosa;
Verminoses: alguns vermes possuem parte do seu ciclo de vida presente no estômago dos equinos. Entre eles estão espécies do gênero Gasterophilus e Habronema, que causam irritações e lesões no órgão;
Lesões mecânicas: quando o animal ingere algum corpo estranho — ou alimentos muito “grosseiros” —, a mucosa do estômago pode ficar irritada ou lesionada. Por “alimentos muito grosseiros” podemos citar o feno ou o capim muito seco e com a presença de talos. A lesão também pode ocorrer pela falta de eficiência dos dentes do animal em mastigar e degradar o alimento corretamente.
Os sinais clínicos da gastrite
Para saber se seu animal está com gastrite, é importante observar a ocorrência de alguns sintomas. Os mais recorrentes são: diminuição da ingestão de alimentos, perda de peso, inquietação, salivação excessiva, e dor ao se alimentar.
Também podem estar presentes sinais de cólica, o ato de olhar para o flanco, cavar e deitar.
Prevenção e controle da gastrite
O ideal é evitar que o equino sofra de gastrite. Para que ele não seja acometido pela doença, forneça maior quantidade de volumoso de qualidade ao animal, em maior frequência.
Essa é uma forma de reduzir — e muito — o risco de gastrite. Outras ações envolvem não usar indiscriminadamente anti-inflamatórios não esteroidais, evitar o estresse do animal e adotar medidas para que ele não seja parasitado por vermes de estômago.
Como se dá o diagnóstico e o tratamento
O diagnóstico é feito após exame clínico, baseado nos sintomas e no histórico do animal, e confirmado por exame de gastroscopia. Se for diagnosticada a gastrite, a primeira orientação é identificar a causa principal da enfermidade e eliminá-la.
Na sequência, tem início o tratamento do equino, que pode ser realizado com inibidores da secreção de ácido clorídrico juntamente aos protetores da mucosa gástrica ou de estimulantes de produção de muco.
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