Se você busca suplementar o seu cavalo, antes de tudo precisa ter em mente que ele é um animal herbívoro, ou seja, que a presença de volumoso (capim/feno) na dieta é fundamental. Assim, tem que considerar se o suplemento fará parte da dieta total ou se tomará espaço no volume de matéria seca que o animal está ingerindo.
Portanto, há dois fatores muito importantes na hora de ponderar pela utilização – ou não – de determinado suplemento.
1º ponto: que tipo de suplemento pretende usar?
2º ponto: o animal está em condições de receber esse suplemento?
Entenda um pouco mais neste artigo!
Que tipo de suplemento pretende usar?
Para utilizar um suplemento em um cavalo, é importante ter um objetivo claro. Isso porque esse suplemento também fará parte da dieta total desse animal e deverá ser contabilizado no volume de matéria seca (alimento sem água), de proteína, energia ou amido que esse animal irá ingerir.
De acordo com o NRC (1989), os níveis de proteína para um cavalo em sua dieta total devem variar entre 12 a 15%. Esse é um fator importante a se considerar no momento de entrar com suplementos com altos níveis de proteína.
Em paralelo, os níveis de amido também devem ser muito bem monitorados, pois o farelo de arroz é um insumo muito utilizado na fabricação de suplementos para equinos. Embora seja muito bem aceito pelos equinos, contém carboidratos de altíssima fermentação, o que pode resultar em distúrbios digestivos, perda na capacidade de absorção dos nutrientes, disbioses e/ou até mesmo síndromes metabólicas e laminites.
Por isso é de fundamental importância se preocupar não somente com os níveis de garantia, mas com a composição dos suplementos. Considerar um limite de 30% de amido na dieta total do seu cavalo é determinante para o aproveitamento nutricional, para a saúde e para o bem-estar animal.
Depois de ponderar que os suplementos farão parte da dieta total do animal e avaliar os níveis básicos nutricionais e de volume, há outra questão: você não pode optar por um suplemento com fontes de matérias-primas similares às que encontra na ração ou na dieta que já está trabalhando em seu animal.
É importante buscar suplementos que contenham:
- minerais;
- aditivos (probióticos, prebióticos e/ou adsorventes);
- aminoácidos essenciais (histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina);
- vitaminas.
Três desses itens acima citados podem estar dentro de alguns ingredientes e não fazerem parte dos níveis de garantia: os aminoácidos essenciais, as vitaminas e alguns minerais.
Quando falamos em aditivos, a presença deles é fundamental na dieta dos equinos, seja para o esporte ou para a manutenção desses animais. Os aditivos são responsáveis por promover e garantir a qualidade de vida e o bem-estar animal – e não existe produtividade sem bem-estar.
Atualmente é mais que comprovado que os aditivos estimulam a digestibilidade, a absorção de nutrientes, a melhoria da imunidade, a síntese de vitaminas e muitos outros efeitos ainda estão sendo estudados. Mas, é preciso atenção: aditivos são insumos caros muitas vezes usados somente para constar nos rótulos dos suplementos, sem apresentar efeito comprovado. Esteja atento à concentração e qualidade do produto!
O animal está em condições de receber esse suplemento?
O que vai determinar a escolha do suplemento é o objetivo e o estado do animal, então não vamos entrar no mérito de se optar por um suplemento energético ou proteico. O importante é tomar alguns cuidados com a saúde do animal antes de se iniciar a suplementação. Esse animal já foi vermifugado? Os dentes já foram feitos ou passaram pela consulta de um veterinário? Houve algum tipo de exame que exclui a possibilidade de hemoparasitose?
Essas perguntas são importantíssimas de se responder e considerar, pois não existe ganho se não tiver saúde. Como a digestão se inicia na boca do animal, a verminose ativa a competitividade pelos nutrientes e as perdas são maiores que os benefícios – sem falar na presença de uma hemoparasitose, que leva o animal a um quadro de anemia e imunossupressão severo.
Portanto, não se inicia uma suplementação sem ter esses pontos resolvidos e bastante claros.
Além disso, não se pode esquecer que os equinos são herbívoros e devem ter 70% de sua dieta predominantemente de volumoso/capim. Isso significa que o volumoso deve estar sempre à vontade para o animal, que também deve ter acesso à água limpa e fresca, não podendo estar muito fria para que o consumo não seja reduzido.
Não menos importante, o sal mineral deve ser ofertado à vontade para que o animal tenha o acesso a seu consumo de forma voluntária. Ao contrário do que muitos pensam, os equinos estabilizam em um consumo médio de 70 a 80g por dia, o que faz com que esses minerais beneficiem a síntese de proteínas e enzimas, estabilizem o nível de hidratação do animal, a saúde óssea e articular e a disposição energética.
Conclusão
É sempre importante buscar uma reflexão sobre suplementação. O resultado vem com muito estudo e trabalho – e a Univittá é o lugar para isso!
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Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.
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