Rabdomiólise em cavalos: o que é, quais as causas e como prevenir

Rabdomiólise em cavalos: o que é, quais as causas e como prevenir

A rabdomiólise nada mais é que a inflamação da musculatura de animais submetidos a grandes esforços físicos – sob algumas circunstâncias específicas.


Também chamada de mioglobinúria paralítica, azoturia ou ainda popularmente de “mau da segunda-feira”, é uma situação caracterizada pela destruição das fibras musculares e que resulta na liberação da mioglobina no sangue


Em casos mais graves, como os rins não conseguem remover os resíduos concentrados na urina, a doença pode levar à morte. Mas eles são raros e é possível obter um tratamento eficaz assim que os primeiros sinais de dores musculares são notados.

Neste artigo, saiba mais sobre a rabdomiólise em cavalos: o que é, as causas, como se dá o tratamento e como prevenir a  doença.

Quais as causas da rabdomiólise em equinos?

O esforço físico é a razão mais comum para esse tipo de esgotamento muscular. Mas há outros fatores que influenciam no desgaste das fibras – e que podem prejudicar a performance e a saúde musculoesquelética do seu cavalo. São eles:


  1. Rações ricas em carboidratos;

  2. Alimentação somente de pastagens;

  3. Esforços excessivos após longo períodos de descanso e sem preparo (como animais utilizados somente aos finais de semana);

  4. Alimentação com carga extra de concentrado para compensar o esforço do animal.


Alguns animais com características físicas e de temperamento específicos também podem ter maior tendência a apresentar dores musculares. Podemos citar os:


> Animais musculosos;

> Animais de temperamento agitado: potras e éguas, especialmente as que são ansiosas ou nervosas, são tidas como as mais afetadas;

> Garanhões e castrados podem ser acometidos, por influência endócrina.


A rabdomiólise afeta não somente a musculatura esquelética do animal, mas também a cardíaca. Nesse caso, a fadiga muscular ocorre, muitas vezes, no início do exercício físico, antes que a energia muscular se esgote por completo. 


Essa condição física pode acabar se apresentando também como sequela de doenças infecciosas, cólicas, laminites, períodos de estresse ou até mesmo condições adversas de tempo ou transporte – sem que necessariamente haja esforço físico direto.


Sintomas da rabdomiólise em equinos – e tratamento


Alguns dos sinais clínicos mais comuns são rigidez, dor, espasmos e tremores musculares, incoordenação (casos graves levam ao decúbito ou posição de cão sentado), rigidez na musculatura dos glúteos e dos membros posteriores, além de dor à palpação e sudorese.


Equinos também apresentam aumento da frequência cardíaca e respiratória. A urina fica com coloração acastanhada nos casos leves e vermelha escura nos casos mais severos devido ao quadro de mioglobinúria (mioglobina na urina). Se não tratado, esse quadro pode facilmente levar a uma insuficiência renal aguda.


O animal que é acometido por rabdomiólise apresenta sinais específicos de esgotamento, logo após o exercício, como:

  • Dor extrema;

  • Rigidez muscular;

  • Sudorese;

  • Taquicardia;

  • Polipnéia.


Dessa forma, o tratamento é de estabilização do equilíbrio fisiológico do animal e contempla:


> Restauração do equilíbrio de líquido e eletrólitos do animal

Entre 30 a 100 litros de fluido de reposição devem ser administrados por via endovenosa e, em casos graves, 10 litros de um fluido nutriente com eletrólitos por sonda esofágica. Essa administração deve ser repetida a cada 4 horas, se necessário.


> Amenização da dor

Anti-inflamatórios não esteroidais, relaxantes musculares e protetores hepáticos são indicados. Muitas vezes, a utilização de botas de gelo ajuda a minimizar um possível quadro de laminite.


> Massagens nos músculos

Podem ser realizadas para aumentar a circulação. Nesses casos, a continuação do exercício é contraindicada, mas, em casos de ausência de lesão muscular, a volta de exercícios leves pode ser indicada.

Por mais que os medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais sejam indicados, animais gravemente afetados e em decúbito podem necessitar de analgésicos mais potentes. Os tranquilizantes podem ser utilizados para o alívio da ansiedade, podendo ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo periférico ao criar bloqueio α-adrenérgico. 

Os corticosteróides também podem ser recomendados por produzirem relaxamento dos esfíncteres capilares e melhorarem a perfusão tecidual.

Prevenção da fadiga muscular

Sem dúvida a prevenção é a melhor opção para evitar o aparecimento das dores musculares e, consequentemente, a rabdomiólise. Essa prevenção se baseia em um conjunto de cuidados cotidianos para potencializar a recuperação do animal. 

Algumas dessas medidas são:

  1. Alimentar o animal predominantemente com capim ou feno de boa qualidade;

  2. Evitar a inclusão excessiva de concentrado na dieta dos animais em repouso;

  3. Trabalhar diariamente ao cabresto ou em liberdade, por 20 minutos, os animais estabulados, criando uma rotina;

  4. Contatar um veterinário especializado para avaliar os animais antes de iniciar um treinamento;

  5. Fornecer suplementos que possibilitam a diminuição de incidência desse tipo de patologia: óxido de magnésio, selênio, vitamina E e vitamina C, entre outros;

  6. Estudar a viabilidade (com o auxílio de um médico veterinário) de administrar fenitoína em cavalos suscetíveis à rabdomiólise. Essa medida traz bons resultados na redução da incidência.

  7. Administrar tranquilizantes fenotiazínicos em animais ansiosos, como acetilpromazina na dose 0, 005 a 0,01 mg/kg, administrada 30 minutos antes do exercício.


Em resumo, a melhor prevenção da miosite é oferecer uma alimentação rica em fibras como feno e volumoso de boa qualidade, manter o animal em exercícios diários e, acima de tudo, contar com o auxílio de um médico veterinário para fazer uma avaliação do animal antes de iniciar o treinamento ou exercício.


A contribuição do Univittá para ajudar na prevenção da rabdomiólise é o Free Action, um suplemento especialmente pensado e desenvolvido para animais submetidos a altas cargas de estresse e esforço físico. Ele age diretamente na prevenção de dores e proteção muscular, aumentando a resistência do animal e, consequentemente, prevenindo a fadiga.


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Allan Rômulo
Allan Rômulo

Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.

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