Saiba mais sobre a manqueira ou pododermatite dos ovinos

Saiba mais sobre a manqueira ou pododermatite dos ovinos
A pododermatite contagiosa, também chamada de “footrot”, podridão dos cascos ou manqueira, está entre as doenças que causam os maiores prejuízos aos rebanhos de ovinos, principalmente no período chuvoso do ano, quando então esta enfermidade se manifesta com maior intensidade.

Sintomatologia

Na maioria das literaturas essa patologia está descrita de duas formas clínicas: a benigna e a virulenta ou agressiva. Na forma benigna as lesões não são progressivas, estão limitadas aos tecidos moles do casco e há uma regressão natural. Já a forma virulenta ou agressiva se caracteriza por intensa destruição dos cascos, onde o processo tende a cronificar-se.

A observação inicial da enfermidade é a de uma leve claudicação, oportunidade em que o produtor deverá fazer o tratamento. Além do sintoma de claudicação a manqueira é altamente contagiosa se caracterizando ainda pelo cheiro pútrido e descolamento dos cascos.

O período de incubação, ou seja, que o animal tem a doença, mas não evidencia o sintoma é muito variável, girando em torno de 10 a 14 dias, e os sintomas dependem fundamentalmente dos seguintes fatores: estado das pastagens, duração da doença, número de patas afetadas e complicações secundárias.

A pododermatite contagiosa se inicia com o inchaço e aumento de temperatura no espaço interdigital, seguida de claudicação. A infecção se desenvolve pelos tecidos moles e casco, provocando o descolamento deste último. O processo é extremamente doloroso para o animal, levando o mesmo a claudicar e caminhar com muita dificuldade.

Caso não seja feito o tratamento a infecção atinge as outras patas, há uma tendência de o animal ajoelhar-se ou permanecer deitado por mais tempo, pouco se movimentando para a procura de alimento. Em tais condições, o animal não se alimenta convenientemente, cai sua resistência aos agentes infectantes, os reprodutores perdem a capacidade de monta, há um emagrecimento progressivo, podendo chegar à morte.

Controle

Para um programa de grande envergadura devem ser observadas algumas situações diretamente ligadas às doenças do casco, onde:

o seu controle deve se estender por longos períodos de tempo;
é imprescindível um conhecimento substancial do problema na região e um rigoroso controle no intercâmbio de animais;
a delegação de atribuições deve ser cuidadosamente planejada, levando-se em conta os conhecimentos e as habilidades do tratador;
adaptação das atividades do programa ao manejo da propriedade;
condições satisfatórias para o manejo preventivo e curativo do rebanho;
preparação do pessoal necessário ao programa;
implantação de atividades preventivas para todo o ano.
De uma maneira geral, o controle preventivo é estabelecido através da aplicação das seguintes medidas:

Definição da época certa para o controle

Deve-se iniciar no período mais seco do ano, quando as condições de disseminação das diferentes infecções dos cascos são bastante limitadas, buscando assim entrar na época das águas com as técnicas de manejo bem implementada e os ambientes bem desinfetados.

Avaliação clínica do rebanho

Nessa avaliação, diferentes problemas de casco podem ser observados, entre os quais os processos micóticos, crescimento de unhas, dermatite interdigital ovina, contusões, sequelas de doenças específicas ou não específicas dos cascos e problemas inflamatórios em geral.

Separação de animais

Os rebanhos devem ser separados em animais doentes e sãos, quando então serão adotadas as primeiras medidas de higienização. Para tanto os rebanhos devem ser colocados em pastos distintos por um período nunca inferior a três semanas e em condições de pouca umidade do solo. Cuidando para evitar o excesso de lotação, uma vez que superpopulação favorece a proliferação e o surgimento de novos focos.

Inspeção e corte de cascos

O intervalo de tempo para se aparar as unhas ou cascos é muito variável, havendo estreita relação com o solo. Em solos compactos e sem umidade, os animais chegam a passar mais de um ano sem necessitar cortar os cascos. Nos períodos chuvosos e de muita umidade, o intervalo de corte do casco pode não chegar aos 45 dias. Os solos arenosos favorecem substancialmente o crescimento dos cascos. Embora a prática possa indicar o intervalo ideal para corte ou apara do casco, em condições de muita umidade do solo, o intervalo ideal para a avaliação desta operação não deverá ser superior a 30 dias. Os cascos crescidos deverão ser aparados rente à parede lateral do tecido córneo, de forma que o animal possa fixar bem o corpo, sem comprimir os tecidos moles, fato que provocaria a claudicação. Os pedaços dos cascos cortados deverão ser queimados. Ferimentos, contusões, espinhos, sequelas de outras doenças devem ser constantemente observados e tratados.

Separação dos animais doentes

Ao menor sinal de claudicação os animais devem ser separados até a cura completa, prática que não pode se contrapor ao manejo geral do rebanho.

Controle sanitário

As medidas gerais de higiene das instalações e pastagens, os processos de desinfecção, o descarte de animais que frequentemente se contaminam ou que estão com a manqueira de forma crônica, a compra de animais sadios, visitas, a prática de quarentenas, são medidas que devem ser consideradas no controle ou na erradicação das doenças de casco. • Vacinação Pela ação curativa e preventiva no combate à pododermatite, o uso de vacina não deve ser negligenciado. As vacinas são anaculturas, polivalentes, e a proteção, naturalmente, ocorre apenas contra os sorogrupos presentes de D. nodosus. Portanto, a ação dessa vacina não pode ser associada a outros processos infecciosos como a dermatite ovina, entre outros. Geralmente as vacinas contra pododermatite contagiosa são aplicadas, inicialmente, com intervalos de 30 dias, com revacinações estratégicas, iniciadas antes dos períodos mais predisponentes à doença. Confere aproximadamente 80% de proteção ao rebanho, por um período de até quatro meses. O sucesso da vacinação está na dependência de um rígido plano de manejo sanitário.

Quimioterápicos

Via de regra, uma vez cumprida às devidas técnicas de manejo, o número de quimioterápicos que combate com eficiência essa doença aumenta muito, tanto os de uso tópico como os sistêmicos. Para maiores informações sobre tratamentos, consulte o texto “Tratamentos de Pododermatites.”
A dermatite digital não foi eliminada dos rebanhos desde o seu surgimento e a doença está aqui para ficar, com um número crescente de lesões crônicas em alterações endêmicas rebanhos. É de grande importância definir o programa de prevenção e controle, para tanto alguns produtos podem favorecer essa prevenção e controle e a Univittá colabora com isso disponibilizando dois produtos, o FOOT BALANCE e o Pro-SACC. Ambos são suplementos que colaboram com a microbiota intestinal e absorção de nutrientes que deixa o animal menos vulnerável a essas enfermidades.


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Allan Rômulo
Allan Rômulo

Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.

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