Com o passar do tempo, o comportamento natural dos cavalos sofreu alterações em resposta à pressão da mudança de manejo ao qual foram submetidos. A vida livre, exercícios, interação social e estabelecimento de hierarquia, deram lugar a um sistema de criação intensivo em baias individuais, aumentando o tempo em que estes animais estão sem fazer atividades e gerando estresse. A utilização das baias reduz o espaço para movimentação, consequentemente, diminui o tempo em atividade física e limita o cavalo da interação com outros indivíduos.
Assim, podem surgir as chamadas estereotipias, que são caracterizadas por comportamentos repetitivos e sem função evidente, causa estresse, problemas físicos e diminuem o bem-estar destes animais. Abaixo, estão citadas algumas estereotipias de caráter locomotor:
- troca de apoios;
- ato de bater os cascos;
- andar em círculos;
- “dança do urso”;
As estereotipias de caráter locomotor podem reduzir o desempenho do cavalo. A troca de apoios e o ato de bater os cascos insistentemente podem causar rachaduras e debilitar o sistema locomotor do animal. O andar em círculos e a “dança do urso” são prejudiciais, pois levam os equinos a um estado de distração, ocupando o lugar de outras atividades, como alimentação ou o consumo de água.
Ainda, existem as estereotipias classificadas como orais, comumente observadas, sendo elas:
- aerofagia (pode acontecer com ou sem apoio em estruturas);
- as “picas”, que se refere ao ato de roer ou ingerir as estruturas que não são alimentos e o comportamento agressivo;
Para estereotipias orais, a aerofagia pode causar cólicas crônicas decorrentes da ingestão de ar e gastrite. As “picas” podem causar desordens digestivas e, assim como a aerofagia, a ocorrência de cólicas, neste caso ligada ao desgaste excessivo e irregular dos dentes incisivos dos equinos.
A observação do comportamento dos equinos é essencial para garantir a sua saúde e desempenho. Atualmente, várias alternativas podem reduzir e até acabar com as estereotipias. Estas alternativas são, na grande maioria das vezes, baseadas em reduzir o tempo de ócio e manter o cavalo ocupado em um ambiente dinâmico na maior parte do seu tempo.
As estereotipias podem ser evitadas com a soltura em piquetes, mudança na carga de trabalho, adequação do manejo alimentar e uso de enriquecedores ambientais, que consistem na utilização de brinquedos ou objetos como pneus, bolas, escovas para o cavalo se coçar e até animais de outras espécies. Abaixo, seguem as alternativas apresentadas:
- -Soltura em piquetes: permite que o cavalo se movimente, faça exercício físico e, quando este manejo acontece junto a outros animais, interaja com eles;
- -Aumentar a carga de trabalho: permite maior gasto de energia, porém os devidos cuidados devem ser tomados para não haver exageros;
- Disponibilidade constante de volumoso: a oferta constante de volumoso faz com que o cavalo se alimente durante um longo período do dia, mantendo-se distraído e em atividade. Além disso, o desgaste dentário se torna mais uniforme, reduzindo a ocorrência de problemas desta natureza.
- Enriquecedores ambientais: ocupa e distrai o cavalo, permite a interação lúdica, ou seja, uma atividade prazerosa para o cavalo reduzindo a ocorrência de estereotipias, já que os animais estarão ocupados na maior parte do tempo.
Neste contexto, promover atividades que reduzam o tempo de ócio e aumentem o tempo de envolvimento similar as praticadas quando estão em vida livre, ou atividades de distração em ambiente dinâmico, são técnicas simples e promissoras para minimizar comportamentos estereotipados e pode melhorar a qualidade de vida, saúde e bem estar dos cavalos.
NOTA Univittá
Não é errado dizer que os cavalos são o que eles comem. Dessa forma, a saúde intestinal é determinante para combatermos os maus hábitos dos equinos, e é nesse ponto que a Univittá entra. Trabalhando com suplementos e aditivos funcionais como vem trabalhando a Univittá busca a melhoria da digestibilidade e a otimização do funcionamento fisiológico do animal como um todo.
Para isso o Pro-SACC (aditivo probiótico), o MOS (prebiótico e adsorvente de micotoxina), FREE Action (magnésio) trabalhando a ansiedade, o Kronus (mineral orgânico) e os demais produtos da linha colaboram na melhoria da digestibilidade e garantia do funcionamento do organismo.
Raphaella Arantes Pereira
Zootecnista pela Universidade Federal de Uberlândia, atualmente pós-graduanda (mestrado) no departamento de Nutrição e Produção Animal da Universidade de São Paulo, no Laboratório de Pesquisa em Saúde Digestiva e Desempenho de Equinos (LabEqui).
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