Cuidados com cavalos idosos

Cuidados com cavalos idosos

Cavalos em geral precisam de cuidados e uma atenção especial,  agora, você sabe como tratar cavalos considerados idosos? Falamos sobre o assunto neste artigo. Boa leitura!

Quando um cavalo é considerado idoso e como sei a hora de aposentá-lo?

A partir dos 20 anos de idade, o cavalo já é considerado idoso e necessita de cuidados especiais. Isso porque o metabolismo digestivo do cavalo começa a cair a partir desta idade, ou seja, começa a ter dificuldades de metabolizar os alimentos e dificuldade para engordar, em alguns casos, dificuldades na mastigação devido a dentição mais fraca. Além disso, começa a ter problemas na termorregulação, e apresentam dificuldade em se adaptar a grandes variações de temperaturas. 

A idade com que ele deve se aposentar vai depender do seu cavalo em particular e do tipo de atividade que ele exerce. Aqueles animais utilizados para trabalho ou para esporte tendem a se lesionarem com maior facilidade, por isso o recomendado é que exames frequentes sejam feitos por um médico veterinário. Ainda deve-se evitar exercícios de maiores intensidades e que sejam desgastantes.

De tal forma, o indicado é que a partir dos 20 anos as atividades realizadas pelo animal vão ficando cada vez menos intensas até que um exame médico conclua que chegou a hora de encerrar as atividades. Vale ressaltar que, mesmo após a aposentadoria, seu cavalo não deve ficar totalmente parado, se mostra relevante a prática de exercícios relaxantes e sem muitos esforços, de duração diária máxima de 4 horas. 

Quais adaptações devem ser feitas na sua alimentação? 

Ao formular uma dieta para um cavalo idoso, dois fatores muito importantes devem ser considerados: facilidade de mastigação, maior digestibilidade dos nutrientes.

Essa nova dieta precisa ser de fácil mastigação porque com a idade, a dentição do cavalo vai ficando mais frágil e menos efetiva. O cavalo idoso fica com a sua superfície de trituração desgastada, bem como pode ocorrer perda ou quebra de dentes, tornando a mastigação muito difícil. Com isso as partículas de alimento serão engolidas, não serão facilmente digeridas já que estarão maior do que o normal. 
Salientando que, esses problemas podem ser minimizados se este animal for examinado por um especialista e tiver seus dentes tratados duas vezes por ano.

É fundamental que os nutrientes ingeridos por ele sejam de boa digestibilidade. Com a idade avançada a eficiência digestiva diminui, e consequentemente a capacidade de processar e extrair os nutrientes do alimento também diminui, de modo que muitos nutrientes se perdem e são eliminados.
 
Sua capacidade de digestão de fibras torna-se menor, o que é agravado pela dificuldade de mastigação de talos duros, diminuição da motilidade intestinal, além de outros impasses como alterações na população de microrganismos intestinais que diminuem a fermentação de fibras. Em vista disso, seu cavalo deve ter acesso à pastagem verde de alta qualidade, como o capim coast cross. 

Essa alteração na microbiota prejudicará também a produção de vitaminas C e do complexo B, vitaminas essenciais para a manutenção do sistema imunológico. O uso de suplementos para cavalos com essas vitaminas é indicada.

Uma boa possibilidade é aumentar o fornecimento de gordura. Óleos vegetais são indicados por serem digestíveis e mais energéticos que os carboidratos. 

Em relação ao concentrado, o recomendado é que contenha de 12 a 14% de proteína bruta, 0,3% de fósforo e entre 0,3 e 1,0% de cálcio. 
Lembrando que, como apresentam dificuldade de termorregulação, em dias frios devemos fornecer 20% a mais de caloria em sua dieta.
Probióticos são apropriados para esses cavalos por melhorarem a saúde digestiva, desta forma aumentam a eficiência digestiva, melhoram a absorção dos nutrientes e ainda são uma ótima fonte de complexo B. Probióticos para cavalos a base de Saccharomyces cerevisiae são os mais adequados.  Por isso a sugestão é usar o Pro-Sacc (aditivo probiótico para cavalos), onde a cepa de Saccharomyces cerevisiae, que constitui o produto foi selecionada para sobreviver as condições adversas existentes no estômago dos monogástricos e atingir o intestino grosso com alta viabilidade. No intestino grosso esta cepa de levedura interage com a flora existente promovendo uma verdadeira revolução, aumentando a eficiência da fermentação e diminuindo o risco de acidose.

Quais os tratamentos especiais que devo ter com o meu cavalo idoso?

Os tratamentos especiais são específicos para o seu animal e vão depender dos problemas associados a idade que ele desenvolveu.

Os problemas mais comuns são: artrite, perda de peso, dentição inadequada, tumores de pituitária ou tireoide e problemas hepáticos e renais. 

Artrite é a degeneração e inflamação dos tecidos associados com uma articulação, com redução da capacidade de flexionamento ou de suporte de peso. Para o tratamento deve-se consultar um ferrageador veterinário que irá decidir a melhor maneira de casquear e ferrar este animal, bem como as abordagens que devem ser adotadas. A baia deste cavalo deve estar bem forrada e fofa, além disso, deve-se controlar seu peso para que não prejudique a artrite ainda mais. Terapias com anti-inflamatórios podem ser indicadas para alívio da dor.
 
Os tumores de pituitária e tireoide causarão incapacidade para suportar alterações climáticas (dificuldades de termorregulação), infeções virais recorrentes, laminite, aumento ingestão de água e micção. Se o tumor for na pituitária, haverá perda de peso excessiva, já na tiroide, haverá ganho de peso excessivo. O manejo recomendado para esses cavalos consiste em um rigoroso sistema de vacinação, reposição de vitamina C, e para ajudar a regulação da temperatura no verão o acesso à sombra e a tosquia se mostram essenciais e no inverno, a utilização de capas.

Os problemas renais e hepáticos podem levar a perda de peso e de apetite, letargia e micção frequente ou dificultada. Para este problema o principal manejo que deve ser adequado é a dieta. Cavalos com falência renal precisam ser tratados com dietas com pouco cálcio, feno de gramínea, de boa qualidade e milho ou uma ração peletizada. Já os cavalos que sofrem de problemas hepáticos necessitam de uma dieta com um aumento de açúcar, para manter os níveis plasmáticos de glicose e dietas com muita proteína ou gordura devem ser evitadas. Neste caso recomenda-se feno de gramínea, e uma ração formulada a partir de alimentos doces com baixa proteína, milho, e milheto. Além da suplementação de vitamina C e complexo B.
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Letícia Simões
Letícia Simões

Estudante de Medicina Veterinária USP Pirassununga FZEA , estagiária no laboratório de pesquisa em saúde digestiva e desempenho de equinos, atualmente envolvida em um experimento sobre nutrição do casco equino e trabalha no marketing da Univitta Saúde Animal.

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